“As indefinições e omissões do Governo Regional sobre o Terceira Tech Island, podem comprometer irreversivelmente o seu crescimento, o seu sucesso ou, até mesmo, a sua existência”, afirmou Berto Messias, numa conferência de imprensa realizada esta manhã, onde denunciou que o atual executivo “omitiu por completo, na proposta de Plano e Orçamento para 2021, o Terceira Tech Island, qual o investimento a fazer, qual a estratégia definida e o que se pretende para o futuro”.
O deputado do Grupo Parlamentar do PS/Açores considerou que são devidos esclarecimentos rigorosos e transparentes sobre esta matéria: “Qual a entidade que assumirá a gestão e dinamização deste projeto? Quem vai captar novas empresas para o Terceira Tech Island? Qual o valor que será alocado ao projeto quando nada está previsto expressamente na proposta de Plano e Orçamento 2021 para a Região? Qual a estratégia definida para a manutenção deste importante hub tecnológico? E qual a razão de passados cinco meses, o Governo Regional deixar um assunto tão importante ao abandono?”
Berto Messias considerou que “não está claro quem tutela esta matéria na nova orgânica do Governo nem quais são as intenções futuras sobre o seu desenvolvimento”. Destacou, “fruto do trabalho que foi desenvolvido e das parcerias conseguidas”, os resultados já alcançados: “O projeto Terceira Tech Island proporcionou a instalação de 20 empresas no centro da Praia da Vitória, a criação de mais de 170 postos de trabalho diretos na área do desenvolvimento de software e mais de 3,5 milhões de euros em remunerações”.
O deputado do PS/Açores também realçou a “mais-valia” que o projeto trouxe para a criação de emprego qualificado, para o crescimento económico e social local e para a revitalização do centro urbano da Praia da Vitória. Face ao “grande potencial de crescimento e de consolidação” do projeto, que contribuirá para a “afirmação da Praia da Vitória e da Ilha Terceira, como um Pólo tecnológico e digital, com todas as mais-valias económicas e sociais que daí podem advir”, não se percebe a “estratégia de desvalorização” e de “desinvestimento”.
“Não se sabe se por revanchismo partidário, se por incúria ou se por má vontade, este importante tema não consta nos documentos previsionais para 2021 - facto que muito nos preocupa”, sublinhou. Para o parlamentar, esta é “já uma das primeiras consequências da decisão precipitada, errada e apressada de extinguir a SDEA - Sociedade de Desenvolvimento Empresarial dos Açores -, que tinha, no âmbito das suas competências, dinamizar e acompanhar este projeto”.
Berto Messias reitera a “extrema importância” que o Terceira Tech Island tem e considera que a Praia da Vitória e a Ilha Terceira “não merecem” tal tratamento: “O sucesso que conseguimos neste projeto desde a sua criação tem de continuar. Esse caminho é mérito das empresas, dos empresários e das pessoas que viram no Terceira Tech Island uma nova oportunidade. Este caminho não pode parar, por teimosia, por vingança partidária sobre o passado ou até por incompetência e passividade”.