No debate parlamentar sobre as Propostas de Plano e Orçamento de 2021 para a Educação, o Partido Socialista discordou do empobrecimento a que é votado o setor e questionou a Secretária Regional sobre algumas incoerências entre o que foi anunciado e o que realmente está previsto nos documentos, no entanto, mais uma vez a governante optou por ficar em silêncio em relação à maioria das dúvidas levantadas.
O deputado do PS/Açores, Rodolfo Franca, questionou o presidente do Governo sobre o “projeto para a década na área da educação”, anunciado em dezembro: “Onde é que está o projeto? Em que década é que o senhor presidente pensa implementar o projeto?”.
Sobre o “empobrecimento enorme, na área da Educação”, Rodolfo Franca apontou os “menos 5,8 milhões de euros em construções e reparações dos edifícios escolares”, os “menos 200 mil de euros nos prémios de mérito de ingresso ao ensino superior”, os “menos 300 mil euros de investimento no combate ao abandono escolar precoce” e os “menos 2,4 milhões de euros do ProSucesso, ou seja, o ProSucesso, simplesmente desapareceu destes documentos”.
Ainda sobre as reduções que constam do Plano e Investimento referiu o corte de meio milhão de euros para a ação social escolar: “A Senhora Secretária disse ser muito importante, mas não sei como é que justifica que está a dar muita importância à ação social escolar, tirando meio milhão de euros à ação social escolar. Quando sabemos que, num ano comum, mais de 60% dos nossos alunos necessitam do apoio da ação social escolar? Quando desses, mais de 50% fazem parte do primeiro e segundo escalão”
Entre as várias questões levantadas pelos deputados, Rodolfo Franca, perguntou sobre “que futuro, que plano estratégico traçamos para a área da Educação na nossa Região?” e se é com “o desaparecimento de muitos projetos associados ao ProSucesso, e de metade do investimento na rúbrica do abandono escolar precoce, que o novo governo vê o caminho para resolver este problema?”.
Ainda durante o debate, Rodolfo Franca, discordou da afirmação feita pelo Secretário Regional das Finanças – que na véspera tinha dito que “quem não sabe, ensina” -, considerando que nem a Secretária Regional, nem os deputados, e muito menos os professores dos Açores, podem concordar com este tipo de desvalorização da classe docente.