Joana Pombo lamentou esta quarta-feira, em Vila do Porto, que o Governo continue a “optar por deixar Santa Maria para trás, mesmo após todos os alertas, não apenas do PS, mas também dos empresários, dos Marienses e dos próprios turistas”.
A deputada eleita por Santa Maria considerou que é “por demais evidente que Santa Maria está a ser negativamente discriminada em relação às restantes ilhas da Região”, considerando o “caos que o Governo tem gerado nos transportes para a ilha do sol”.
“O Governo anunciou quatro voos para Santa Maria, mas omitiu aos Marienses que o voo das 17h30 estava condicionado a uma decisão de gestão da SATA, e que, na sua ausência, haveria apenas mais um voo diário, operado por um DASH-200, que disponibiliza apenas 37 lugares”, exemplificou, realçando que “os voos para Santa Maria ficam para quando a SATA quiser e não quando houver passageiros a transportar”.
Como mais um exemplo deste caos, a deputada Mariense sublinhou que “no próximo domingo já há 7 voos a sair de Santa Maria, para fazer face às listas de espera”.
Joana Pombo lembrou o “evidente erro estratégico que este Governo da coligação teima em não admitir, que é o fim do transporte marítimo regular de passageiros e viaturas interilhas”, que está a colocar “graves restrições aos organizadores de eventos de verão em Santa Maria e a todos os Marienses”.
Joana Pombo salientou que “com todos os voos cheios, os Marienses ficam sem hipóteses de se deslocarem para fora da ilha”, o que “assume contornos particularmente graves quando se trata de deslocações por motivos de saúde”.
“Temos relatos de residentes em Santa Maria que acabam por passar uma semana inteira em São Miguel, por causa de uma consulta de apenas uma hora no Hospital de Ponta Delgada e tudo isso devido às dificuldades que o Governo criou nos transportes”, frisou a parlamentar do PS.
A deputada do PS reconheceu que as embarcações que realizam ligações marítimas no Grupo Central “não são uma solução para Santa Maria, uma vez que não têm certificação para operar entre Grupos”, mas defende que o Governo “tem de arranjar, rapidamente, uma solução para o transporte marítimo, que permita unir Santa Maria a São Miguel e o grupo oriental com o restante arquipélago”, sublinhando que “se o PS fosse Governo, nunca permitiria este descalabro nos transportes”.
“Nos Governos Regionais suportados pelo PS, os transportes funcionavam, os Marienses e Açorianos de outras ilhas circulavam pela Região e isso contribuía para a coesão regional que foi sendo construída ao longo de 24 anos e que agora se está a perder”, destacou.
Joana Pombo lembrou que o navio fretado pelo então Governo Regional da responsabilidade do PS, que ligava Santa Maria ao restante arquipélago, tinha a capacidade de transportar 650 pessoas e 80 viaturas, ao passo que “aquilo que temos hoje é a impossibilidade de deslocar viaturas e a necessidade de encher 10 aviões para igualar a capacidade de um único navio”.
A deputada do PS referiu-se ao estudo recentemente anunciado pelo Governo para os transportes marítimos da Região que, “de acordo com a Secretária Regional da tutela, Berta Cabral, parece contemplar apenas o transporte marítimo de mercadorias”, alertando que isso “é revelador da intenção deste Governo de acabar de vez com o transporte marítimo de passageiros para ilhas como Santa Maria ou as Flores”.
“Neste ano, em que as famílias e empresas Marienses esperavam recuperar dos constrangimentos da pandemia, em que estamos todos a sentir a inflação, o aumento das matérias-primas e dos combustíveis por causa da guerra, aquilo que o Governo regional da direita proporciona a Santa Maria é mais isolamento, um corte nas acessibilidades aéreas e marítimas, um desincentivo ao desenvolvimento e uma machadada na coesão territorial com o restante arquipélago. Nós sentimos que Santa Maria está a ficar para trás e que as coisas seriam muito diferentes, se o PS fosse Governo”, finalizou a deputada do PS eleita por Santa Maria, Joana Pombo.