Os partidos da coligação chumbaram, esta quinta-feira, na Comissão de Economia do Parlamento Açoriano, um requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do PS, que solicitava “com caráter de urgência”, a audição parlamentar da Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, para “prestar esclarecimentos sobre as políticas de promoção turística do destino Açores”, anunciou Rui Anjos.
O deputado socialista falava à saída da Comissão, em Ponta Delgada, tendo evidenciado a “gritante contradição” dos partidos da coligação de direita, que “dizem que é importante ouvir o que o governo pensa sobre o modelo de promoção turística da Região, mas depois chumbam a audição da Secretária Regional do Turismo, apenas e só porque foi o PS a propor esta audição”. Mais uma vez, vemos a coligação de direita a ser incoerente e a impedir o esclarecimento das contradições criadas pelo governo que suportam.
Para o parlamentar, os partidos da direita, PSD, CDS/PP e deputado independente, demonstraram mais uma vez que “diz uma coisa e faz outra, o contrário”, salientando que o “novo paradigma parece ser o de manter todos calados e não prestar esclarecimentos aos Açorianos, arrogando a centralidade do Parlamento, a transparência e a pluralidade do nosso sistema, mas negando constantemente o escrutínio a que estão sujeitos”.
Rui Anjos salientou a “contradição e o desnorte que parece existir dentro do próprio Governo Regional, também na promoção turística, motivo pelo qual não é permitido que o assunto seja discutido publicamente”.
O deputado do GPPS frisou que os operadores turísticos estão, neste momento, a “trabalhar às cegas” e “precisam de saber, com urgência e em tempo útil, qual o modelo de promoção turística que a Região terá nos próximos anos”, para que possam contar com “alguma previsibilidade”.
Rui Anjos considerou que está ainda por esclarecer, por exemplo, a “polémica atribuição por parte do Governo Regional de 734 mil euros a uma outra entidade que não a ATA para a promoção de algumas ilhas dos Açores, em vez de promover o todo
“Com a reprovação desta audição ao membro do Governo que tutela o Turismo na Região, ficamos sem saber qual o modelo de promoção turística a promover nos Açores, bem como se o Governo vai manter a estratégia que vinha a ser desenvolvida, de promover a Região como um todo, criando oportunidades para todas as ilhas ou quer que cada ilha dispute o mercado com as restantes ilhas do arquipélago?
É realmente intrigante o Governo, no início de maio, defender uma promoção do destino através da Associação de Turismo dos Açores (ATA), na qual se prepara, de acordo com notícias vindas a público, para reingressar no capital social, vir agora defender uma promoção fragmentada entre várias entidades. Estas são dúvidas que pairam no ar e para as quais o Governo da direita parece não ter respostas ou não querer responder”, sublinhou o parlamentar.
“Qual é o incómodo da maioria e do Governo com a transparência e o cabal esclarecimento público? Há mais alguma informação escondida, que as outras Câmaras do Comércio e a própria ATA desconheçam?”, questionou.
“Parece cada vez mais evidente que não existe estratégia, que não existe liderança do setor turístico na Região, um dos principais empregadores da nossa Economia e que, para além de toda esta indefinição e confusão gerada, atravessa graves dificuldades com falta de mão de obra. E o Governo da direita o que faz? Enfia a cabeça na areia e recusa-se a aparecer e a prestar esclarecimentos nesta matéria.
Também no turismo, o Governo Regional esconde informação e gera divisionismo, em vez de promover um desenvolvimento sustentável e integrado”, concluiu o deputado do GPPS, Rui Anjos.