Os deputados eleitos pelo PS na ilha Graciosa, Manuel Ramos e José Ávila, realçaram esta quinta-feira a “instabilidade que os serviços de urgência da Unidade de Saúde de Ilha da Graciosa (USIG) tem sentido”, que classificaram como “uma situação inaceitável”.
Em declarações à comunicação social após reunir com a Administração da USIG, tendo abordado temas como os recursos humanos, recursos técnicos e as instalações, o deputado Manuel José Ramos deu voz às múltiplas queixas dos Graciosenses, que têm chegado ao PS.
“Para nós é inaceitável que um serviço de urgência, especialmente numa ilha como a Graciosa, não seja fiável, deixando a população apreensiva”, frisou.
Manuel José Ramos apontou também as “discrepâncias entre as poucas vagas que surgem a concurso e as muitas vagas anunciadas pelo Secretário Regional da Saúde, aquando da sua última visita à ilha”, seja a nível de médicos, administrativos, auxiliares de ação médica.
“Por exemplo, o Secretário Regional da Saúde anunciou três vagas para medicina geral e familiar, mas na realidade serão só duas vagas”.
O deputado do PS denunciou também outra situação que tem sido frequente nos últimos tempos, em que os Graciosenses “fazem as suas análises na Graciosa, deslocam-se a outra ilha para consulta de especialidade e lá são obrigados a repetir essas mesmas análises”, gerando “um desperdício de recursos, uma duplicação de trabalhos e inconveniente aos utentes”.
Manuel José Ramos reconheceu que é difícil fixar médicos em ilhas de menor dimensão, uma vez que “para eles é mais aliciante estarem em locais onde as consultas no privado se traduzem em maiores rendimentos”, defendendo a “criação de incentivos aliciantes para fixar médicos nas ilhas de menor dimensão”, o que “não passa apenas por incentivos financeiros, mas também laborais e a nível de progressão de carreira”.
O parlamentar lembrou que o PS ganhou as eleições regionais de 2020, sendo “o partido com o maior número de deputados na Assembleia Regional”, motivo pelo qual “tem a obrigação de dar voz às insatisfações dos Graciosenses”, algo que tem feito “através de questões e requerimentos ao Governo, cujas respostas nem sempre são dadas com clareza”.
Como forma de minimizar as dificuldades sentidas na falta de deslocações de especialistas à Graciosa, Manuel José Ramos sugeriu um “maior recurso à telemedicina”, um trabalho iniciado pelos Governos Regionais anteriores, suportado pelo PS/Açores, que “poderá prestar muito apoio aos médicos de medicina geral e familiar e aos utentes da Graciosa, mesmo que seja à distância”.
“Estamos a entrar na fase de discussão do Plano e Orçamento para 2023. Para nós é fundamental mantermos uma forte ligação com os Graciosenses e os Açorianos. O PS não prescinde de apresentar propostas, nem mesmo de melhorar as propostas de outros partidos, para que a vida dos Graciosenses e Açorianos possa ter cada vez melhores respostas”, finalizou o deputado do PS, Manuel José Ramos.