O Partido Socialista do Corvo denunciou, esta segunda-feira, as condições de alojamento que este Governo Regional garante aos professores colocados na ilha, lamentando, por essa via, que cerca de um mês depois do início do ano letivo ainda não esteja resolvida esta questão, depois de no ano passado ter sido garantida a compra de um imóvel para o efeito.
Para Lubélio Mendonça, secretário coordenador do PS/Corvo, e face à falta de alojamento com que os professores colocados no Corvo no ano letivo de 2021/2022 foram confrontados, o Governo Regional, através da secretária regional da Educação, anunciou “a compra de um imóvel, no qual teriam de ser feitas pequenas obras de requalificação, e o aluguer de um outro, para que no futuro o problema não se voltasse a repetir”.
A este propósito, o socialista relembrou, inclusive, que a secretária regional anunciou, na ocasião, que estas pequenas obras estariam concluídas no final de outubro de 2021, ficando assim disponível “para o ano letivo em curso, mas também para os seguintes, não tendo passado esta declaração, como agora verificamos, de uma tentativa de enganar os professores e também os Corvinos”.
“Ora, passado um ano, e quando se esperava que a situação estivesse resolvida, o problema agravou-se, uma vez que não há imóvel com pequenas obras de beneficiação, nem aluguer de outro, há sim uma grande incompetência e falta de capacidade de resolver problemas”, assegurou Lubélio Mendonça
Face a este problema, e no início de mais um ano letivo, a solução do Governo Regional para garantir qualidade de vida aos professores colocados no Corvo que não conseguiram alojamento foi “a de comprar uns móveis e alojar os professores nos gabinetes do Pavilhão Multiusos”.
“Que qualidade de vida se garante ao alojar professores em gabinetes de um pavilhão?”, questionou o dirigente socialista, para ressalvar que a primeira docente a quem foi oferecida esta solução “recusou no imediato, tendo de ser o Conselho Executivo que, com muito esforço, acabou por encontrar uma solução para o problema”.
Mas, conforme refere o secretário coordenador do PS/Corvo, os restantes gabinetes do Pavilhão Multiusos, que não foram transformados em hostel, “estão a ser utilizados como incubadora de cargos de nomeação, estando lá colocados serviços do Ambiente, da Cultura, das Pescas, Desporto, Juventude Qualificação Profissional e Emprego e, até há pouco tempo, serviços da Vice-presidência”.
“Esta é uma situação surreal e que só pode colocar em causa o futuro do ensino na ilha, porque, ao ter conhecimento das atuais condições, quem vai aceitar lecionar na Ilha do Corvo?”, perguntou o socialista, para instar o Governo Regional a solucionar, no imediato, esta questão.