Os Vereadores do Partido Socialista à Câmara da Horta, lamentaram que a inabilidade governativa do atual elenco camarário esteja a provocar, na maioria dos casos, “uma inércia crescente ao nível do tempo de resposta aos munícipes e na gestão dos serviços da autarquia”, considerando, por isso, “que o Faial e os Faialenses não mudaram para melhor em variados setores.
Os socialistas do Faial, que em conferência de imprensa realizaram um balanço ao primeiro ano do mandato autárquico, manifestaram ser insuficiente que, num período marcado por vários desafios sociais e económicos, “estejamos limitados a uma gestão conservadora dos serviços e a dar andamento ao trabalho realizado”, sem existir uma preocupação para inovar processos e por apresentar “as tão apregoadas mudanças e formas de fazer diferente”.
“Não podemos ter uma Câmara que criticou os investimentos realizados, no passado, em áreas como, por exemplo, a rede viária e que, agora que é poder, se limita a gerir as empreitadas adjudicadas e transitadas do anterior mandato, fazendo a sua gestão temporal, para com isso onerar os seus custos ao nível da produção de grandes eventos culturais, a maioria se revela importados, com reduzida participação das associações locais e que pouco ou nada ajudam os empresários locais”, lamentou José Leonardo Silva, Vereador do PS/Faial.
Por outro lado, “não podemos ter uma Câmara que se diz diferente e que leva meses para tomar a decisão de discutir connosco medidas de apoio à economia e às famílias, quando há muito que alertávamos para a chegada da crise e para o seu impacto nas micro e pequenas empresas que temos”, realçou o socialista.
“Também não podemos ter uma Câmara que se diz social, mas que depois aumenta o tempo médio de pagamento aos seus fornecedores, esquecendo-se que este é um meio pequeno que precisa que o Município, muitas vezes um dos seus principais fornecedores, seja um bom pagador, sobretudo um pagador a tempo e horas”, acrescentou o Vereador, para destacar, ainda, a inércia da gestão da equipa liderada por Carlos Ferreira, ao nível da ação social.
Para José Leonardo Silva, “na área social, é impensável estarmos ainda a trabalhar com base em programas sociais reeditados sob novos nomes: De “Novos Desafios” passámos para “Aprender +”, mas que peca por deixar de fora os mais frágeis, que não se encaixam na reduzida oferta de workshops”.
“Estamos a ir ao encontro de situações específicas, que também deve existir preocupação para com elas, mas a deixar de fora aqueles que não possuem a escolarização mínima e que poderiam desenvolver novas competências através deste projeto municipal, inclusive, ao nível de artes e ofícios tradicionais, por exemplo, que estão a desaparecer”, defendeu.
Considerando que ao nível do ensino e da prática desportiva “continuamos a não conseguir devolver às escolas de natação do concelho, aos portadores de ensino, aos seniores e à população em geral, a piscina municipal”, o autarca socialista reforça ser esta uma obra que “teve início no mandato anterior, que já era para estar concluída, mas que se encontra encerrada sem qualquer justificação”.
Também na área dos resíduos, acrescenta, “a falta de mais trabalhadores no quadro da autarquia para fazer face a estas necessidades é de facto urgente, mas não deve servir de bode expiatório para justificar o retrocesso de anos que se manifesta ao nível da limpeza urbana. Não quando esses mesmos trabalhadores são direcionados para outras funções”.
“A Horta jamais pode perder o galardão de “amiga do ambiente”, de cidade limpa, com as suas praças e jardins floridos e mantidos e que é tanto valorizado pelos locais, mas também por quem nos visita”, salientou o Vereador socialista, para destacar existirem muitos outros exemplos da inércia que se regista a nível local e que urge combater já no próximo Plano e Orçamento.
Na ocasião, os socialistas manifestaram ainda a sua preocupação com o desenvolvimento do setor turístico na ilha, considerando que “a envergonhada e não divulgada participação na BTL” representa um retrocesso no que vinha a ser desenvolvido.
Os Vereadores alertaram, também, para a falta de intervenção em locais de fundamental importância turística como o Morro de Castelo, “cuja obra a desenvolver no acesso ao mesmo, deveria há muito estar concluída, uma vez que havia sido adjudicada pelo anterior executivo, mas que passou todo o verão como se de uma verdadeira ribeira se tratasse”.
Para os Vereadores socialistas, este foi um ano em que a governação do PSD na autarquia merece uma nota negativa, salientando que a ilha não melhorou, por exemplo, em termos de “processos de obras, em que o tempo de espera por vezes aumentou”, mas, também, “no pagamento a fornecedores e a empresários” e ao nível do ambiente, referindo a este propósito o ano caótico na recolha de resíduos, por falta de planeamento.