O Presidente do PS/Açores considerou esta quinta-feira que o Governo Regional tarda em adotar medidas de apoio às famílias e empresas Açorianas para ajudar a fazer face ao atual contexto difícil que atravessam.
Para Vasco Cordeiro, que intervinha no Faial em mais uma sessão da iniciativa “Construir o Futuro - Que Açores Queremos?”, a anteproposta de Plano Regional de Investimentos para 2023, apresentada recentemente, por exemplo, não contempla medidas gerais “que possam apoiar aqueles que em virtude do aumento dos preços, têm rendimentos que começam a ser afetados”, considerando, por isso, faltar “uma abordagem inovadora no que é preciso fazer para apoiar os que estão em situação de maior fragilidade”.
Recordando que desde março do presente ano que o PS/Açores tem vindo a alertar para o atual contexto e a apresentar propostas concretas de apoio às famílias e empresas, ao nível, por exemplo, da redução do preço dos combustíveis, do reforço do apoio à aquisição de produtos alimentares e na criação de mecanismos de apoio às empresas com a garantia de manutenção do preço final de bens, o socialista alertou para o corte de aproximadamente 20% das verbas do Plano de Investimentos.
“Há, desde logo, uma contração brutal no Plano de Investimentos apresentado, naquilo que são as previsões de investimento para 2023, em termos de obras públicas, mas há, também, um corte de cerca de 140 milhões de euros em relação ao que está disponível neste ano de 2022”, assinalou o Presidente do PS/Açores.
Mas, segundo Vasco Cordeiro, também ao nível das finanças públicas da Região, “os Açores estão a ir por um mau caminho”, salientando, a esse propósito, a degradação crescente das finanças.
“Tivemos, recentemente, a divulgação dos valores do défice apurado em 2021, no qual a Região atingiu o maior défice de sempre. São 383.6 milhões de euros. Em agosto de 2022, estamos com um défice superior a 159 milhões de euros. Nunca, em qualquer outro ano até ao mês de agosto, se registou um défice tão elevado”, referiu o socialista.
De acordo com Vasco Cordeiro, a Região está a seguir o sentido inverso ao da República, “que até agosto passou de uma situação deficitária para saldo positivo”, bem como da Madeira que, até agosto, “baixou significativamente o seu défice.”
Manifestando, igualmente, preocupação com os prazos para a execução dos fundos comunitários, o Presidente do PS/Açores recordou que a Região tem ao seu dispor, entre 2021 e 2027, o maior volume financeiro de fundos comunitários que alguma vez teve: “são mais de cerca de 3.000 milhões de euros para investir, somando o Plano de Recuperação e Resiliência e o Quadro Comunitário de Apoio do Programa Operacional 2021-2027”.
Salientando, a este propósito, que o próprio Conselho Económico e Social dos Açores já alertou para o risco de ficarem metas por cumprir no PRR, devido aos atrasos deste Governo na sua execução, Vasco Cordeiro manifestou o seu receio de a Região, “pela primeira vez na sua história, não executar a totalidade dos fundos comunitários que tem à sua disposição”.
Na sessão, que reuniu simpatizantes e militantes do concelho da Horta, Vasco Cordeiro elencou ainda um conjunto de desafios com os quais a Região estará confrontada a longo prazo, nomeadamente ao nível da sustentabilidade demográfica, das finanças regionais e do nosso desenvolvimento, bem como a coesão social, territorial e económica dos Açores.
Na ocasião, o secretário coordenador do PS/Faial, João Bettencourt, defendeu a importância de face ao contexto difícil que se atravessa “o futuro não permitir oscilações e um fazer de conta que se lidera”, considerando, por isso, fundamental “a apresentação de propostas concretas que deem tranquilidade a todos os Açorianos”.
Com o objetivo de manter e reforçar o contacto com os militantes e simpatizantes do PS/Açores, ouvindo-os sobre as respostas para os desafios atuais e futuros da Região, o Presidente Vasco Cordeiro irá percorrer todas as ilhas da Região, num ciclo de sessões de debate no âmbito da iniciativa “Construir o Futuro – Que Açores Queremos?”.