Patrícia Miranda sinalizou, esta quarta-feira, que o setor agrícola dos Açores “merece maior empenho e mais resultados por parte do Governo Regional”, concretizando com a “reformulação e o reforço do prémio à instalação do jovem Agricultor (a chamada ‘Jóia’), o reforço de apoios aos custos de produção, como os combustíveis, fertilizantes e rações, a criação de um apoio aos transportes marítimos de mercadorias e matérias-primas, a restruturação de fundos bancários”, conforme propõe o Partido Socialista dos Açores.
A deputada socialista falava à saída de uma reunião entre o GPPS e a Direção da Associação de Jovens Agricultores Micaelenses (AJAM).
“Estas são medidas de impacto imediato, que serviriam a Agricultura, que tornariam o setor mais atrativo, chamando mais jovens à Agricultura”, advogou, frisando que é “cada vez mais difícil rentabilizar o negócio”, o que torna o setor “cada vez menos atrativo para os nossos jovens”.
O setor tem atravessado enormes dificuldades, designadamente com os custos de produção a subir todos os dias. Por isso mesmo, Patrícia Miranda defendeu a “aplicação de medidas com impacto imediato”.
“A escassez de mão de obra dificulta o funcionamento das explorações e os jovens Agricultores são o futuro da nossa Agricultura. Por isso mesmo merecem mais apoio do que aquilo que estão a receber. Este Governo Regional não faz uma única menção aos jovens Agricultores no seu Plano e Orçamento para 2023”.
A parlamentar do PS classificou esta não aposta nos jovens como “um erro, uma incapacidade e uma grande falta de estratégia” do Executivo regional.
Patrícia Miranda salientou que o ciclo de vida de uma exploração agrícola “aproxima-se muito do ciclo de vida do próprio produtor”, pelo que é importante “dar atenção aos processos de reforma e de transferência da exploração entre gerações, investindo mais nos jovens”.
A deputada lembrou que o PS apresentou, no plenário de novembro, em que foi debatido o Plano e Orçamento para 2023, um Plano de Emergência Social e Económica para os Açores, no valor de 46,3 milhões de euros, com medidas de apoio às famílias e às empresas, que foi chumbado pelos partidos da direita, pelo independente Carlos Furtado e pelo PAN.
“O PS propôs medidas concretas para ajudar as empresas, neste caso agrícolas, a ultrapassar a crise que se atravessa, como a criação de uma linha de crédito regional de 100 milhões de euros, o apoio aos custos de produção no valor de 6,5 milhões de euros, a criação de um mecanismo de estabilização do custo de transporte de matérias-primas e mercadorias também de 6.5 milhões de euros e um apoio regional ao gasóleo agrícola, que se somasse ao apoio nacional do Governo da República”, especificou.
“O PS está presente, vai continuar a defender os interesses dos Agricultores Açorianos, com uma visão de médio e longo prazo, num horizonte de 20 anos, ao passo que o Governo Regional não dá, sequer, resposta aos problemas da atualidade”, finalizou a deputada socialista, Patrícia Miranda.