O Secretariado de ilha do PS/Terceira manifestou esta quinta-feira a sua preocupação com o fim das ligações aéreas nas rotas operadas pela British Airways e Ryanair, entre Londres e a ilha, no próximo verão IATA, para salientar que esse abandono representará “um impacto negativo para a economia Terceirense”.
Alertando para o facto de os empresários locais “verem goradas as suas expetativas de retorno face ao investimento que realizaram na oferta turística”, Décio Santos, membro do Secretariado de Ilha do PS/Terceira, referiu a falta de rumo do Governo Regional “para determinados setores, dos quais não é exceção o Turismo”.
“Essa é, aliás, a opinião dos empresários que, conforme foi destacado numa nota da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, atribuem o fim destas operações ao desastroso trabalho promocional feito pelas autoridades responsáveis pelo Turismo nos Açores”, assinalou o socialista, para referir que “apenas os operadores turísticos da ilha foram confrontados com muitas dificuldades e ausência de apoio na organização da sua oferta junto das companhias aéreas”, tornando, assim, evidente que “para as autoridades regionais o desenvolvimento turístico da ilha não é uma prioridade”.
A esse propósito, Décio Santos, que falava em conferência de imprensa, lamentou, ainda, que “a operação que agora tem fim na ilha Terceira, tenha sido, segundo a Câmara de Comércio, desviada para Ponta Delgada”, o que evidencia, na opinião dos socialistas Terceirenses, “que o Governo faz tábua rasa daquilo que promete, tendo uma postura centralista”.
“Como se não bastasse, e para termos a certeza de que se trata de uma opção política, tinha sido transmitido pela companhia à referida Câmara de Comércio, que era pretendido ver-se aumentadas as rotas de mercados europeus para a Ilha, o que, para grande surpresa não se veio a verificar. Ora, isto é verdadeiramente grave, pois, o desenvolvimento dos Açores tem de ser feito com responsabilidade, respeito e equidade, e a ilha Terceira tem direito a potenciar o seu desenvolvimento turístico”.
Para o dirigente socialista, é ainda de lamentar que os principais responsáveis governantes pelo Aeroporto das Lajes nada digam, agora, a este respeito, mas que, quando eram oposição “a todos exigiam responsabilidades, criticavam e tudo prometiam aos Terceirenses em relação ao futuro do Aeroporto. Agora, quando tem oportunidade de fazer mais e melhor, não só demonstram não ter capacidade para fazer como se fecham literalmente em copas remetendo-se ao silêncio”.
Referindo já aguardarem o desfecho que agora se veio a comprovar, o PS/Terceira relevou os sucessivos alertas que tem vindo a fazer em matéria de abandono da ilha, por parte deste Governo de coligação, referindo, a esse respeito, que ainda muito recentemente alertaram para o facto de “nas verbas inscritas no Plano e Orçamento para 2023, a ilha Terceira terá o nível de investimento mais baixo dos últimos 10 anos”.
Mas, ainda em matéria de ligações aéreas à ilha, o PS/Terceira manifesta a sua preocupação com a alegada constante interferência política que, de acordo com a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo “prejudica a ilha nos novos horários de inverso da SATA A ir Açores”, sobretudo quando o Presidente do Governo “não se cansa de propagandear que o executivo não interfere politicamente na companhia”.
Para o PS/Terceira, é avassaladora a inação dos atuais responsáveis governamentais que continua a prejudicar os empresários Terceirenses e Açorianos no geral que, “não bastava já terem perdido qualquer acesso aos fundos do PRR ou estarem sem acesso a fundos de qualquer sistema de incentivos, vão, também, ter menos procura no seguimento do fim destas operações”.
“Por tudo isto, o PS/Terceira exige ao Governo Regional que volte atrás nestas decisões e que ponha fim à discriminação da Ilha Terceira que impede o seu desenvolvimento económico. Exigimos ao Governo dos Açores que não deixe a Terceira ficar para trás”, referiu Décio Santos, membro do Secretariado de Ilha do PS/Terceira.