Andreia Cardoso realçou esta quarta-feira que o “desinvestimento deste Governo Regional da direita na ilha Terceira coloca em causa o seu desenvolvimento futuro”.
A vice-presidente do GPPS falava na cidade da Horta, no âmbito de uma sessão de perguntas ao Governo sobre a ilha Terceira, solicitada pela IL.
Andreia Cardoso salientou que os “sucessivos Planos de Investimento deste Governo PSD-CDS/PP-PPM comprometem o desenvolvimento da ilha Terceira”, uma vez que apresentam cronicamente uma “insuficiente dotação” e uma “miserável execução”.
“Este Governo corta no investimento previsto e executa ainda menos, conforme comprovam as execuções de 2021 e 2022 que, no caso da terceira não passam de meras intenções e pomposos anúncios”, denunciou.
Andreia Cardoso acusou o Governo regional de “votar a Terceira ao abandono”, realçando que o “corte de 83 milhões de euros significa que o que não foi feito até agora não será feito até ao final desta legislatura”.
“É lamentável que, após 3 Planos e Investimentos, este Governo não execute qualquer obra estratégica para a ilha Terceira, quer em termos económicos quer em termos sociais”, salientou, frisando que “o único investimento do Governo em curso na ilha Terceira é a obra do Porto de Pipas”, lançada pelo Governo Regional anterior, da responsabilidade do PS.
Relativamente ao Porto da Praia da Vitória, Andreia Cardoso contrastou o “esquecimento desta infraestrutura”, com as declarações do Presidente do Governo, José Manuel Bolieiro, que em campanha eleitoral afirmava “que é preciso valorizar o Porto da Praia, ampliá-lo e garantir uma saída da indefinição”, tendo o governante afirmado na ocasião que o Governo da direita ia trabalhar, no âmbito do Plano 2022, para “prever a verba necessária para a afirmação do projeto”, que ia “conter verbas para a ampliação do porto e para o Cais de Cruzeiros”, algo que nunca se concretizou.
“Não fez nada no Porto da Praia. Nada vezes nada. Nem um euro em 2022, nem um euro em 2023”, denunciou.
Andreia Cardoso questionou, ainda, o Governo sobre a data prevista de conclusão da empreitada do Porto de Pipas, o início da operação de ferrys e a promoção dessa infraestrutura em termos turísticos, perguntas que ficaram sem resposta por parte da Secretária Regional Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral.
Governo Regional só tem um projeto para uma única estrada da ilha Terceira
Intervindo no mesmo debate, Tiago Lopes realçou que “passados 2 anos, este Governo da coligação continua a deixar tudo em aberto na ilha Terceira, em vez de dar orientações concretas”.
O deputado socialista salientou que o PS tem reunido, ao longo dos últimos meses, com a Juntas de Freguesia e as forças vivas da ilha Terceira, instituições que são unânimes na “necessidade de beneficiação e pavimentação de muitas das estradas da ilha Terceira”.
“Parece incrível, mas este Governo apenas tem um (1) projeto para uma única estrada, nada dizendo sobre as necessidades de requalificação das estradas no Posto Santo, na Terra Chã, Fonte Faneca e sua ligação às Ladeirinhas, na intervenção necessária na Grota dos Carneirinhos em Santa Bárbara, sobre a reabilitação da estrada regional nas Fontinhas, entre o largo da igreja da Agualva e o cruzamento das Quatro Canadas, entre a rotunda do aeroporto e a freguesia da Vila Nova, entre a Barraca e São Sebastião, sobre a construção de uma variante a São Sebastião e mesmo sobre o acesso norte ao Hospital do Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), que ainda precisa de obras de beneficiação”, salientou.
Tiago Lopes lembrou que o último Governo Regional, suportado pelo PS, em 238 km de estrada intervencionou 198 km e, da parte deste Governo, passados dois anos, temos apenas e só um projeto para uma única estrada, mesmo após o anterior Governo ter deixado projetos feitos para muitas destas vias”.
“Sobre o Porto de Pipas nada, o Governo ainda vai ver o que faz com o molhe de São Mateus, com o verão IATA à porta está tudo em aberto relativamente às ligações aéreas para a ilha Terceira, na promoção turística da ilha terceira, este Governo nem ata, nem desata. A Biblioteca de Angra perdeu 23 funcionários e não se sabe que atividade é que e vai desenvolver a partir de agosto. Faltam núcleos de saúde familiar nas freguesias do Porto Judeu, Terra Chã e Posto Santo, obrigando os utentes destas freguesias a deslocar-se até ao Centro de Saúde de Angra, para obter os cuidados médicos e de enfermagem de que necessitam”, apontou o socialista.
“O desenvolvimento da ilha Terceira nos últimos anos contrasta com o esquecimento a que este Governo votou esta ilha”, finalizou o deputado socialista, Tiago Lopes.