Vasco Cordeiro defendeu esta quarta-feira que a Autonomia “tem de estar ao serviço dos Açorianos” neste momento de crise, porque nos Açores “temos Autonomia, temos Parlamento e temos um Governo Regional que serve para isso, para diferenciar para melhor as respostas dadas nos Açores”.
O Presidente do PS/Açores e líder parlamentar do PS falava nas Lajes do Pico, na abertura das Jornadas Parlamentares do PS que decorrem esta semana, na ilha montanha.
Para Vasco Cordeiro, o Governo deveria “repensar a sua postura em termos de apoios a famílias e empresas, face a esta crise que atravessamos”, frisando “que o PS tem apresentado propostas que representam o que faria o PS se constituísse Governo”.
“As medidas do Governo Regional são reveladoras de que está mais preocupado em evitar que as famílias tenham a maior ajuda possível, criando critérios demasiado apertados e que excluem a possibilidade de apoios, do que em ajudar os Açorianos”, frisou.
O Presidente do PS/Açores exemplificou com o caso de “uma família em que o marido e a mulher ganhem 1.400 euros, só pode aceder aos apoios ao aumento das prestações da habitação (CREDITHAB) se tiver uma taxa de esforço superior a 50%, ou seja, se pagar mais de 700 euros de prestação bancária”.
Vasco Cordeiro considera que o Governo Regional “devia agir de forma mais rápida e determinada”, para “apoiar quem mais precisa” e lembrou que “foi isso que o PS fez na crise de 2008 ou na crise pandémica”, salientando que “aos apoios nacionais já decididos pelo Governo da República devem acrescer os apoios regionais que este Governo tarda em decidir”.
O líder parlamentar do PS manifestou a sua preocupação com diversos indicadores económicos sociais, que revelam uma “tendência de inversão nos últimos dois anos da economia dos Açores” em termos de criação de riqueza, políticas sectoriais na área social, no combate à pobreza e à exclusão social.
Vasco Cordeiro lembrou que, em 2021, os Açores foram “a Região do país que menos cresceu, a que menos riqueza foi capaz de criar, estando agora abaixo da média nacional” e frisou que em 2019, o último ano que se pode considerar normal, os Açores “cresceram acima da média nacional”.
O Presidente do PS/Açores salientou que, de acordo com o INE, os Açores “deixaram de fazer um trajeto de redução da pobreza e da desigualdade, que passaram a crescer” e a situação das finanças públicas regionais “agravou-se em 2021 e 2022, com uma média de endividamento da Região superior a 250 milhões de euros, quando anteriormente era muito inferior”.
O socialista criticou o “atraso” na execução de fundos comunitários, designadamente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), recordando que este Governo da coligação tem ao seu dispor “um montante recorde de 3.200 milhões de euros”, negociado ainda pelos anteriores Governos Regionais da responsabilidade do PS.
Vasco Cordeiro realçou que o Governo está “envolvido num conjunto de casos e casinhos de instabilidade” de que ele é “a fonte e a causa única” e isso dificulta o cuidado que é preciso ter na implementação de medidas, frisando que as famílias e as empresas “não podem estar à espera que o Governo resolva os seus problemas de instabilidade interna, precisam de medidas já”.
“O Governo está em estado de negação e deve refletir se esta é a melhor forma de servir os interesses da Região e se está disponível para devolver a palavra ao povo Açoriano, a bem dos Açores”, finalizou Vasco Cordeiro.