Os Vereadores do PS na Câmara Municipal da Horta votaram contra o Relatório e Contas do Município de 2022, alertando a esse propósito que “o caminho que está a ser seguido por parte da autarquia não é o correto”.
Segundo José Leonardo Silva, Vereador socialista na autarquia, e face ao evidente aumento da despesa corrente do município, “o nosso voto só poderia ser contra”.
“Houve um aumento da dívida a fornecedores de investimento no valor de 514%. A Câmara Municipal diminuiu os fornecedores de conta corrente, em relação a 2021, mas comparando com 2020, há um aumento de 153 mil euros e, no caso das despesas correntes do município, há um aumento exponencial em mais 17% do que no ano passado, sendo que em relação a 2020 aumentou mais 26%”, destacou o socialista.
Face aos números que os Vereadores socialistas apontaram esta sexta-feira em conferência de imprensa, José Leonardo Silva salientou que o argumento utilizado por parte da autarquia para justificar este aumento, não pode estar relacionado com a realização da Semana do Mar, “uma vez que face a 2019, último ano em que se realizaram as festividades antes da pandemia, houve um aumento da despesa corrente de 15%”.
Para José Leonardo Silva, também não é correto mencionar as despesas com pessoal, uma vez que a própria autarquia reduziu os gastos nessa matéria. Mas, por outro lado, o socialista salientou não ser compreensível que “a UrbHorta tenha valorizado os seus ativos biológicos em 81%”.
Entendendo ser este o primeiro ano efetivo da responsabilidade desta Câmara Municipal, os Vereadores do PS na autarquia não puderam deixar de manifestar, na ocasião, a sua surpresa face ao apresentado no Relatório de Gestão do Município.
“Em relação às zonas balneares, por exemplo, tema muito debatido durante a campanha eleitoral, esta Câmara Municipal não faz, no Relatório, qualquer menção a esse respeito e apresenta agora dois projetos para discussão pública iguais aos projetos que tínhamos feito, tendo levado um ano e meio para fazer esta apresentação”, frisou o socialista.
Na ocasião, José Leonardo Silva lamentou, ainda, que projetos de investimento fundamentais ao desenvolvimento da ilha se encontrem estagnados, do qual é exemplo o Hotel do Carmo, nem que se conheçam outros investimentos.
“O Forte da Espalamaca, que foi uma grande luta da Câmara Municipal, nem é mencionado no Relatório”, lamentou o socialista, para acrescentar que face a um conjunto de obras que não avançaram, passado um ano e meio de governação desta Câmara Municipal, o voto dos Vereadores do PS na autarquia teria de ser, obrigatoriamente, contra.
“O Lameiro Grande não está concluído, o caminho fundo ainda não se iniciou, o caminho em Castelo Branco não se fez, o furo, e apesar de reconhecermos a dificuldade de se adquirir os terrenos, ainda não se iniciou, o furo do Lameiro também não está a funcionar e, por fim, a Piscina Municipal é um sinal claro do desleixo total desta Câmara Municipal”, reforçou o Vereador do PS, José Leonardo Silva.
Nesse sentido, a Vereação socialista na autarquia relembra continuar a pautar a sua atuação através da apresentação de propostas, das quais se destaca o apoio às famílias e empresas do concelho, não se limitando a propor sem fundamentação ou cingindo à crítica fácil.