O Partido Socialista dos Açores lamenta a postura do Presidente do Governo nas últimas semanas, sempre em negação e a culpar outros, para disfarçar as suas incapacidades.
“Ao longo dos últimos tempos, perante as dificuldades orçamentais evidentes do Governo e reais que assolam a vida das famílias e empresas dos Açores, multiplicaram-se as vozes do Governo Regional e da atual maioria a responsabilizar a República por tudo e por nada, mesmo por matérias cuja competência é do âmbito da nossa Autonomia Regional”, considerou, esta sexta-feira, o Vice-presidente do PS/Açores.
Segundo Berto Messias, “numa Região em que a execução do PRR está atrasadíssima, em que a recapitalização das empresas não avança, em que o novo sistema de incentivos tarda em ser regulamentado e concretizado, em que os custos da energia mais do que duplicam para empresas, em que os custos das matérias-primas e os custos de contexto escalam todos os dias, em que a prestação das habitações continua a aumentar, o Presidente do Governo entretém-se no queixume contra a República e no azedume contra a oposição, sem perceber que devia focar as suas energias em apoiar as famílias e as empresas dos Açores e em criar condições concretas que permitam aos açorianos atravessar da melhor forma esta situação difícil”.
Reforçando serem frequentes as queixas da República, quando os únicos apoios significativos que têm chegado às famílias e empresas da Região são promovidos pelo Governo da República, o dirigente socialista sublinhou que a Autonomia tem de sempre contar com a solidariedade e compromisso constitucional da República, “apesar de não se defender o poder autonómico e os interesses da Região remetendo para Lisboa responsabilidades que são do Governo dos Açores”.
De acordo com Berto Messias, “não se defende a Autonomia querendo que outros façam o que é responsabilidade e competência da Região, da sua gestão própria e da vontade dos Açorianos. Não perceber isso é também um desrespeito para com a Autonomia Regional”.
Quando é o próprio Presidente do Conselho Económico e Social dos Açores que acha que quem deve mediar as relações entre o Governo da República e o Governo Regional é o Representante da República, está tudo dito sobre a capacidade, ou falta dela, do Presidente do Governo para governar os Açores e para ser um referencial de estabilidade e de liderança que a nossa Região precisa nesta fase.
A este propósito, e na véspera da comemoração do Dia da Região, é fundamental para o Partido Socialista dos Açores reafirmar que os Açores precisam de um governo que governe, não se desculpe com a República ou a utilize para distrair o Povo das incapacidades e impossibilidades da atual maioria.
“Os Açores precisam de respostas e soluções, não de um governo e uma maioria que se coloca do lado do problema. Ora não respondendo, ora se desculpando, sem estar focado no trabalho que tem de fazer, de acordo com as suas competências, os seus recursos, as oportunidades existentes e o mandato que receberam”, defendeu o socialista.
O Vice-presidente do PS/Açores relembra que a Região tem hoje ao seu dispor o maior envelope financeiro da sua história para aplicar de fundos europeus, acrescentado pelos fundos do PRR - Plano de Recuperação e Resiliência, conseguidos e negociados pelo anterior Governo. “O Presidente do Governo está assim a desperdiçar esta extraordinária oportunidade, sem perceber que na ânsia de atacar o Partido Socialista e o Governo da República, está a prejudicar os Açores e o seu futuro”, assegurou Berto Messias.