Tiago Lopes defendeu que é “fundamental implementar, tão rápido quanto possível, o rastreio ao cancro do pulmão, nos Açores”, uma medida que “estava já em preparação pelo anterior Governo Regional mas que, com este Governo do PSD-CDS/PP-PPM, apoiado pela IL e pelo Chega, nunca avançou”.
O deputado socialista falava na cidade da Horta, no debate de um projeto de resolução avançado pelo PAN, que recomenda ao Governo Regional a implementação do rastreio do cancro do pulmão, o aumento de iniciativas preventivas sobre tabagismo e o aumento da carga fiscal sobre o tabaco.
Refira-se que os Açores são a Região do país que tem a mais elevada taxa de cancro do pulmão.
Tiago Lopes recordou que os três programas de rastreio do cancro que estão neste momento em funcionamento nos Açores foram bem delineados pelos anteriores Governos Regionais, suportados pelo PS, designadamente “o Rastreio Organizado do Cancro da Mama nos Açores (ROCMA) que existe desde 2009, o Rastreio Organizado do Cancro do Colo do Útero (ROCCA) desde 2010 e o Rastreio Organizado do Cancro do Cólon e Reto (ROCCRA) desde 2014, para além do Programa de Intervenção no Cancro da Cavidade Oral (PICCOA), desde 2017”.
Tiago Lopes recordou que, apesar do rastreio do cancro do pulmão não estar incluído no Programa do Governo PSD-CDS/PP, PPM, apoiado pela IL e pelo Chega, este “começou a ser delineado em 2019, pelo anterior Governo e, por isso mesmo, o GPPS/A questionou a sua ausência aquando da discussão do Programa do Governo” e sublinhou que “em junho de 2023, com este Governo Regional, ainda não é claro como o mesmo vai ser financiado, nem como vai ser organizado”.
“Como é que será implementada a referenciação dos utentes no âmbito do rastreio? Importa ponderar de que forma tudo isto será feito, porque estas pessoas serão rastreadas, aferidas, diagnosticadas e depois terão de ser tratadas. Não se pode brincar com a saúde das pessoas!”, vincou.
O aumento dos impostos sobre o tabaco é a medida que, isoladamente, é a mais eficaz na redução do consumo do tabaco, conforme indica o 8º relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a epidemia global do tabaco.
A esse respeito, Tiago Lopes lembrou que as políticas públicas do anterior Governo Regional, da responsabilidade do PS, incluindo a componente fiscal, levaram a uma “significativa redução do consumo de tabaco na Região”, enquanto que, em 2021, de acordo com os dados do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), “os consumos sofreram uma inversão da tendência verificada até 2020 e estão a aumentar”.
“O PS está empenhado na luta contra uma das mais pérfidas doenças, o cancro, nas suas mais variadas formas. No cancro do pulmão, sabendo nós que o consumo do tabaco é o principal fator de risco, é muito importante apostar na prevenção, do rastreio, mas também no aumento da componente fiscal e, da parte do Governo Regional, não tivemos uma resposta clara nesta matéria”, afirmou o deputado Tiago Lopes.