Execução financeira no primeiro semestre de 2023 é “gato escondido com rabo de fora”

PS Açores - 19 de julho, 2023

O Partido Socialista dos Açores lamentou esta quarta-feira que o Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM, com o apoio do Chega e IL, tente fazer passar a ideia de que a execução financeira do Plano de Investimentos de 2023 foi boa, quando, na verdade, “o valor das dívidas a fornecedores supera o montante investido”.

Para Carlos Silva, membro do Secretariado Regional do PS/Açores, esta é uma situação de “gato escondido com rabo de fora” e na qual os Açorianos merecem ser esclarecidos.

“No final da passada semana, em nota de imprensa, o Governo Regional anunciou que de acordo com os números relativos à execução financeira do Plano de Investimentos de 2023, esta era a melhor execução de sempre, mas, esqueceu-se de referir que no primeiro semestre deste ano apenas foram utilizados cerca de 259 milhões de euros, o que corresponde a cerca de 40% do valor que se comprometeu investir no corrente ano”, frisou, para salientar terem ficado por investir cerca de 384 milhões de euros.

Segundo o dirigente socialista, esta capacidade de execução real deve ser aferida “em função dos 643,9 milhões de euros prometidos pelo Governo da Coligação do PSD, CDS, PPM com o apoio do Chega, Iniciativa Liberal e PAN, no Plano e Orçamento para 2023”.

Mas, conforme acrescenta, e ao analisar a Conta da Região de 2022, “é possível constatar que o valor de dívidas por pagar a fornecedores e outras entidades que o Governo Regional fez transitar de 2022 para 2023 é superior a 279 milhões de euros”, valor utilizado do Plano de Investimentos que nem é “suficiente para pagar o montante das dívidas em atraso”.

“Esta é uma questão que o Governo Regional não esclareceu, mas que carece de resposta”, denunciou o socialista, para questionar desse montante qual o valor utilizado para “pagar dívidas atrasadas e quantos corresponderam à execução material, efetiva, deste ano”.

Carlos Silva manifestou ainda a sua preocupação com a contração, neste primeiro semestre, de um empréstimo de curto prazo, “no valor de 100 milhões de euros que deve ser pago até 31 de dezembro deste ano”.

“Com 279 milhões de euros de dívidas a fornecedores e outras entidades a transitar de 2022 para 2023 e com um défice de 100 milhões que tem de estar pago até ao final do ano, apregoar que se executou 259 milhões de euros no primeiro semestre, não é, afinal, a “boa notícia” que o Governo Regional quer fazer crer aos Açorianos. É caso para dizer que é ‘gato escondido com o rabo de fora’”, considerou Carlos Silva, membro do Secretariado Regional do PS/Açores.

 

Comunicado do PS/Açores, na íntegra