Andreia Cardoso realçou, esta quarta-feira, que o Governo Regional dos Açores (PSD-CDS/PP-PPM, com o apoio da IL e do Chega), está a “desinvestir na prevenção das dependências, ao subfinanciar projetos para este efeito”.
A vice-presidente do grupo parlamentar do PS falava em Angra do Heroísmo, à saída de uma reunião com a Direção da Casa do Povo de Santa Bárbara, instituição que enquadra o projeto ‘Haja Saúde’, uma unidade móvel de proximidade, que visa promover a saúde e prevenir as dependências, através da informação aos jovens, em contexto escolar, recreativo, familiar, laboral e comunitário como, por exemplo, nos festivais de verão.
O projeto Haja Saúde integra uma equipa multidisciplinar, composta por enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, entre outros profissionais.
“O projeto ‘Haja Saúde’ percorria todas as ilhas e desenvolvia um interessante e importante trabalho de prevenção das dependências e promoção da saúde, junto dos jovens, de uma forma lúdica e atrativa. Contudo, o Governo Regional cortou financiamento a este projeto, condicionando-o, o que dá bem nota do seu desinvestimento nesta área”, salientou Andreia Cardoso.
A parlamentar socialista sublinhou, de acordo com informações recolhidas junto da Casa do Povo de Santa Bárbara, que o protocolo para este ano “só foi assinado em junho, no valor de 135 mil euros, o que apenas cobre os vencimentos dos profissionais que integram o projeto, não cobrindo as despesas logísticas de toda a operação, como aquelas relacionadas com a carrinha ou com os materiais didáticos utilizados”.
Andreia Cardoso criticou, também, que o Governo Regional tenha abandonado a lógica de apoio a um projeto plurianual e decidido, unilateralmente, atribuir um apoio anual, determinado apenas a meio do ano civil, o que “coloca dificuldades acrescidas à continuidade do projeto”.
“O projeto ‘Haja Saúde’ era plurianual, justamente porque uma das suas vertentes era a intervenção nas escolas, cujo ano letivo atravessa dois anos civis.
“Ora, se o Governo Regional atribui apoios para o ano civil, isso significa uma interrupção dos trabalhos a 31 de dezembro, ficando esta instituição sem forma de financiar o projeto entre janeiro e julho do ano seguinte”, explicou a deputada.
Outra dificuldade, revelou, foi o “fim da operação marítima sazonal da Atlanticoline” o que, na prática, “dificulta e chega mesmo a impedir o desenvolvimento deste projeto em todas as nossas nove ilhas”.
Andreia Cardoso criticou, ainda, que o Governo Regional não tenha tido a “sensibilidade” de incluir este importante parceiro na designada 'Task Force' que criou para combater as drogas sintéticas.
“Este Governo Regional do PSD-CDS/PP-PPM, com o apoio da IL e do Chega, em vez de reforçar as suas políticas de prevenção e combate às dependências está, no fundo, a desinvestir, a abafar lentamente as instituições que até aqui sempre vieram a dar contributos positivos para o controlo dessa epidemia que é o consumo de substâncias e das dependências”, frisou a vice-presidente do GPPS, Andreia Cardoso.