O Presidente do PS/Açores alertou para a crescente “incapacidade e incompetência” do Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM, com o apoio do Chega e da Iniciativa Liberal, em gerir a situação económica da Região e executar aquilo com que se compromete.
Segundo Vasco Cordeiro, que falava esta sexta-feira à margem de uma reunião do Secretariado Regional do PS/Açores, em Ponta Delgada, essa é uma preocupação para a qual também os parceiros sociais têm vindo a alertar.
“Segundo os próprios empresários, nós temos um sistema de incentivos que é pior do que o anterior”, relembrou o socialista, para salientar que, também, face ao maior volume de fundos comunitários que a Região alguma vez teve à sua disposição “o Governo não paga a tempo e a horas a fornecedores, não paga os apoios com que se comprometeu, não faz com que o dinheiro que a União Europeia nos disponibiliza entre na economia e possa ajudar as famílias e as empresas Açorianas”, revelando a sua incapacidade e incompetência em fazer com que isso aconteça.
Para o líder do PS/Açores, a situação mais recente da falta de pagamento dos apoios aos agricultores Açorianos, “em que o Governo Regional pediu ao Governo da República para que não pagasse apoios porque não tem condições para assumir a sua comparticipação”, é verdadeiramente “inconcebível”.
“O verdadeiro problema está aqui, com o facto de um Governo achar que pode ter a liberdade política de pedir ao Governo da República para que não paguem, porque não temos dinheiro para assumir a nossa parte”, sublinhou Vasco Cordeiro, para assegurar ser uma situação que choca “qualquer agricultor Açoriano que está à espera de apoios do PRORURAL, à espera dos incentivos a que tem direito, e que descobre que o Governo Regional pediu para que não pagassem”.
De acordo com o socialista, “esta é a negação da Autonomia e a negação do discurso triunfalista que o Governo Regional anda a fazer em relação nomeadamente àquilo que é a sua capacidade de executar investimento”.
A este propósito, Vasco Cordeiro lamentou, ainda, que o Governo Regional se tenha apressado a divulgar a taxa de execução do primeiro semestre do Plano de 2023, “dizendo ser a maior execução de sempre”, quando, na verdade, “nos primeiros seis meses deste ano, o valor que o Governo executou é inferior ao valor das dívidas que fez transitar de 2022 para 2023”.
Salientando não ser este um motivo de orgulho, o Presidente do PS/Açores alertou para o facto de este Governo, “ao contrário de estar a resolver problemas, assumir-se, ele próprio, como um dos principais problemas que neste momento os Açores têm”.
Na ocasião, Vasco Cordeiro salientou, também, que as próprias obras que o Governo Regional tem vindo a inaugurar “foram iniciadas, projetadas e concursos públicos lançados pelo anterior Governo da responsabilidade do PS”, considerando, por isso, que a Região está a perder ritmo para executar e para fazer esse trajeto na nossa economia, por o Governo se estar a revelar incapaz “de aproveitar, por um lado, o grande volume de fundos comunitários que temos à nossa disposição, e por outro, aquilo que ele próprio se comprometeu a executar”.
Questionado pelos jornalistas, o líder socialista alertou, ainda, para o crescimento da dívida da Região que, em apenas um ano, aumentou mais de 500 milhões de euros. “Isso não é dívida passada, foi dívida criada por este Governo. O facto de termos, num ano, das mais baixas taxas de execução, não é culpa do PS, mas sim da incapacidade deste Governo”.
“A conclusão a que se chega é que esse Governo não está a fazer melhor, nem está a fazer sequer igual ao anterior. Está a fazer pior, e isso os Açorianos começam a perceber”, alertou Vasco Cordeiro.