O líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, desafiou o Governo Regional a revelar os termos exatos do acordo que diz ter alcançado com a companhia aérea irlandesa, a propósito da sua operação nos Açores.
“Julgo que todos reconhecem que este assunto é demasiado importante, quer para as acessibilidades aéreas aos Açores, quer para o setor turístico, em particular, para ser tratado pelo Governo Regional, como tem sido até agora, num embrulho de meias-verdades e de meias palavras que só adensam, ainda mais, o clima de incerteza e de dúvida sobre esta matéria”, afirmou o líder socialista.
“Por um lado, o Governo diz que espera que a Ryanair cumpra com aquilo que foi acordado, mas, logo a seguir, diz que não pode revelar os termos do entendimento porque o processo ainda está em aberto. Mas, afinal, em que ficamos?! Há ou não há um acordo fechado?” questiona Vasco Cordeiro.
“O que parece cada vez mais evidente para quem segue estes assuntos é que há silêncios a mais e esclarecimentos a menos do Governo Regional nesta questão da operação da Ryanair nos Açores, o que indicia, infelizmente, que o Governo Regional está a ir a reboque dos acontecimentos e sem uma estratégia definida para lidar com esta situação. Isto é habitual com este Governo, mas numa matéria desta importância é, verdadeiramente, dramático e tem um impacto muito negativo, inclusive, no planeamento de investimento privado na área do Turismo.”, referiu Vasco Cordeiro que é, também, o líder parlamentar do PS no Parlamento dos Açores.
As questões que o líder socialista considera essenciais serem esclarecidas têm a ver, desde logo, com três aspetos que considera essenciais: Quais as frequências de voos diários, a sua origem e disponibilidade de lugares que foi acordada pelo Governo Regional com a Ryanair para as ilhas de S. Miguel e Terceira; quais as exatas contrapartidas a que o Governo Regional se comprometeu; quantos postos de trabalho, diretos e indiretos, passa a operação da Ryanair a sustentar nas ilhas Terceira e de S. Miguel.
“Aquilo que, aparentemente, é apresentado como uma conquista negocial do Governo Regional é demasiado vago, demasiado opaco e muito pouco concreto para que se possa ajuizar onde estamos neste assunto. Diz-se que, neste entendimento apregoado pelo Governo Regional, a base de Ponta Delgada vai ser extinta e que há uma diminuição de voos. Com todo o respeito, isso já se sabia há algum tempo! O que me parece importante e muito urgente é saber-se, e aqui refiro-me não só aos partidos políticos, mas, também, aos operadores económicos e aos Açorianos, em geral, é quantos voos diários, de que aeroportos e com que disponibilidade de lugares foram negociados pelo Governo Regional para S. Miguel e para a Terceira no Inverno e no Verão? Quais as exatas contrapartidas a que o Governo Regional se comprometeu nesse negócio acordo que fez com a Ryanair? Quantos postos de trabalho em serviços de apoio aos voos passa a operação reduzida da Ryanair a sustentar nas ilhas de S. Miguel e Terceira? E, já agora, também importante, esse acordo ou entendimento é válido por quanto tempo?” salientou o Presidente do PS/Açores.
“Parece-me que é a resposta a esta questões que interessa para os operadores económicos, sobretudo na Terceira e em S. Miguel, poderem, nesta nova realidade de retrocesso e de retração, poderem organizar a sua atividade e planear os seus investimentos”, concluiu Vasco Cordeiro.