Vasco Cordeiro salientou, esta terça-feira, que o Governo Regional atuou, no caso da redução de voos e possibilidade de saída da Ryanair dos Açores, de forma “totalmente alheada do impacto que esta matéria tem na economia da Região, sobretudo da economia das empresas e das famílias Açorianas, representando um retrocesso na mobilidade dos Açorianos”!
O Presidente do PS/Açores e líder parlamentar socialista falava no âmbito da interpelação do PS ao Governo Regional (PSD-CDS/PP-PPM, com o apoio da IL e do Chega) sobre transportes aéreos, na abertura dos trabalhos plenários do Parlamento dos Açores, na cidade da Horta.
Vasco Cordeiro salientou a ausência deste debate do Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, considerando que esta “acentua e confirma a atitude displicente e de enfado com que foi tratado um assunto de importância fundamental para os Açores”.
“Neste assunto, uma inusitada e estranha arrogância e sobranceria tomaram conta do Governo Regional. A 28 de agosto, pela boca do seu Presidente, o Governo remete-se à posição de mestre de escola severo e diz que fez o que tinha a fazer e não vai reagir àquilo que chamou de ‘comentaristas de circunstância’. Mas não disse o que é que tinha feito. A 31 de Agosto carrega na nota e diz que nada mais há a dizer e que os Açores têm que se habituar à economia não governamentalizada”.
Vasco Cordeiro lamentou que o Governo Regional tenha dado nota pública da conclusão das negociações com a Ryanair no final do mês de agosto num processo “pouco transparente e sempre com informações escassas e retiradas a ferros”.
“Há um acordo que envolve contrapartidas da Região que este Governo Regional quis manter secreto e fora do conhecimento dos Açorianos”, com valores que estão ainda por clarificar, denunciou.
Vasco Cordeiro destacou que toda esta situação despoletou “uma óbvia alteração de condições de acessibilidades aéreas à Região”, com um impacto de “dezenas de milhares de lugares disponíveis de e para a Região”.
O Presidente do PS/Açores considerou que as empresas Açorianas, sobretudo as ligadas ao turismo, precisam de uma “informação clara, precisa, atempada e concreta para o seu planeamento, sobretudo no período de inverno”, algo que o Governo da coligação não está a providenciar.
“Há empresários e parceiros sociais, há uma economia que precisa de saber algo que o Governo Regional ainda não disse: que impacto económico ajuíza o Governo Regional que esta alteração de circunstâncias tem? Quais as medidas que o Governo Regional já tomou ou pretende tomar para aliviar e lidar com esse impacto económico?”, salientou.
Vasco Cordeiro questionou, ainda, o Governo Regional acerca da salvaguarda de postos de trabalho direta ou indiretamente ligados à operação da Ryanair, sobretudo em Ponta Delgada e na ilha Terceira, sem obter resposta.
“O Governo Regional está distraído. Nós temos a privatização da TAP que está a correr. Nós temos a privatização da SATA que está a correr numa percentagem que, por opção política do Governo Regional vai de 51% a 85%. Nós temos a redução significativa da operação da Ryanair. Qual é a reflexão que o Governo Regional faz em relação às acessibilidades dos Açores ao continente?”, questionou o Presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro.
A conjugação de todos estes fatores, privatização da SATA e da TAP e redução brutal da operação da Ryanair, representa um retrocesso na mobilidade dos Açorianos, prejudicando empresas e famílias.