Vasco Cordeiro realçou, esta terça-feira, que a falta de respostas do Governo Regional na interpelação que o PS lhe fez, no Parlamento dos Açores, e que pretendia esclarecer as questões relacionadas com o acordo estabelecido entre o Governo e a Ryanair para os próximos dois anos, “deixou os empresários e as famílias Açorianas com grandes incertezas sobre a mobilidade e captação de fluxos turísticos para a Região”.
Nesse sentido, Vasco Cordeiro avançou com cinco propostas concretas para mitigar esta situação e defendeu que é “necessário reforçar o diálogo e a concertação” com os agentes do setor turístico dos Açores, uma vez que surgiram diversas pronúncias de parceiros sociais que disseram que “tudo isso tinha sido conduzido com secretismo”.
“Em primeiro lugar é necessário chamar entidades como os empresários, as Câmaras de Comércio, Associação de Alojamento Local, a AHRESP, entre outras, para avaliar em conjunto os impactos que esta redução dos voos traz para cada um dos setores de atividade e para a economia, relativamente ao inverno 2023-2024 e 2024-2025, que é o horizonte deste acordo”, frisou o líder dos socialistas Açorianos.
Em segundo lugar, Vasco Cordeiro considerou que, neste momento, “falta uma visão global daquilo que está a acontecer em termos de disponibilidade de lugares para o próximo inverno”, defendendo, por isso, que se deve “chamar a TAP e a Azores Airlines e pedir-lhes uma reavaliação das suas operações”.
O Presidente do PS/Açores alertou, ainda, que a notícia de que a Ryanair vai reduzir voos provoca “danos reputacionais ao destino” e desafiou o Governo Regional, isoladamente ou em articulação com a VISITAZORES, a “lançar uma campanha de esclarecimento e de promoção do destino Açores no mercado nacional quanto à questão das acessibilidades aéreas à Região”, naquela que foi a sua terceira proposta.
Em quarto lugar, Vasco Cordeiro entende que o Executivo deve “dar prioridade máxima à preparação do inverno de 2024 e 2025”, concertando medidas em conjunto com os empresários, as câmaras de comércio, as associações de alojamento local, a AHRESP e outras entidades do setor.
Vasco Cordeiro considerou que, a partir deste acordo, o destino Açores fica “mais dependente do que já esteve”, sobretudo nas suas ligações com o continente e com o mercado continental.
“Estas companhias aéreas têm o modus operandi que têm. Isso deve servir de alerta e é importante que se tenha em isso em atenção para precaver o futuro. É claro que o Governo Regional não consegue evitar a saída de uma companhia aérea dos Açores, mas o que está aqui em causa é o que é que o Governo dos Açores está a fazer para defender as empresas, as famílias e o emprego da nossa Região, face a uma situação inesperada”, salientou.
Finalmente – e como quinta proposta – Vasco Cordeiro convidou o Governo PSD-CDS/PP-PPM a “refletir os termos do processo de privatização da Azores Airlines”, porque por opção deste Governo, a privatização da Azores Airlines “pode ir até aos 85%” e “a partir ou até aos 66%, há um conjunto de poderes que qualquer acionista deixa de ter”.
“Na forma como está construído o caderno de encargos, daqui a três anos quem vencer a privatização pode mudar a sede da empresa, pode despedir, pode vender, pode fazer o que quiser e esta situação da Ryanair é um alerta para que seja repensado e refletido este processo que pode efetivamente condicionar aquilo que é disponibilidade de lugares para a nossa região”, alertou o Presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro.