Sandra Dias Faria criticou, esta quinta-feira, o PSD/Açores por tentar, mais uma vez, “iludir e baralhar os Açorianos com os números do desemprego na Região” que, conforme indicam os dados oficiais, “continuam a subir”.
A vice-presidente do grupo Parlamentar do PS reagia assim ao comunicado dos Trabalhadores Social Democratas dos Açores (uma estrutura do PSD/A) que, considerou, que o mesmo “não foi correto nem rigoroso na exposição que fez”, referindo-se a dados do IEFP como sendo do INE, “quiçá, propositadamente, com o objetivo de ludibriar os Açorianos”.
O que os dados do Instituto Nacional de Estatística indicam, de forma clara e idónea, é que nos Açores, no 2º trimestre deste ano, a taxa de desemprego “se fixou em 6,7%”, ou seja “mais 0,8 pontos percentuais face ao 2º trimestre de 2022” e “mais 0,5 pontos percentuais relativamente ao 1º trimestre de 2023”.
Por outro lado, prosseguiu, no final de 2022 “a taxa de desemprego nos Açores situava-se nos 5,5%” e neste momento subiu 1,2 pontos percentuais, para os 6,7%”. Ademais, se olharmos para o período homólogo do ano 2020, a Região registava uma taxa de 5%, menos 1,7 pontos percentuais da taxa registada no 2º trimestre de 2023. Numa comparação com a realidade nacional, e para o mesmo período, em 2020 estávamos 0,7 pontos percentuais abaixo da taxa nacional e hoje estamos 0,6 pontos percentuais acima da taxa nacional.
“A tendência para o agravamento do desemprego que se tem instalado na Região, consequência das políticas erradas deste Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM, contradiz a propaganda do PSD, que não passa de uma cortina de fumo”, salientou.
A socialista lamentou que o Governo Regional tenha procurado, mais uma vez, “iludir os Açorianos quanto à real situação do desemprego na Região”, citando números do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), números que são submetidos pelo próprio Governo Regional dos Açores àquela entidade, e evitando os dados oficiais, estatisticamente validados pelo INE, que medem o desemprego de um modo independente, através de uma metodologia testada pelo Eurostat.
“Esta é uma tática recorrente dos partidos da coligação (PSD/CDS-PP/PPM). Sabendo que os números do INE não lhes são favoráveis, recorrem aos dados do IEFP que são, no fundo, os seus próprios números”, destacou.
Sandra Dias Faria realçou, ainda, que o período em análise (abril, maio junho) constitui “uma parte muito significativa da época alta, na qual a Região recebe grandes fluxos turísticos”, manifestando a sua preocupação com “a forma como a economia e o mercado de trabalho vão agora reagir perante a redução da operação aérea da Ryanair, já neste inverno IATA”.
A parlamentar do PS adiantou que o desemprego registado nos Açores “incide em população ativa pouco qualificada”, justamente aqueles para quem este governo não tem sido capaz de “implementar políticas de inserção profissional adequadas”.
“O que preocupa o PS não é a propaganda do PSD. Aquilo que nos preocupa são os elevados números do desemprego que os Açorianos já sentem na pele, num momento de crise inflacionista, e instabilidade económica a que acresce o impacto que a forte redução de voos da Ryanair irá provocar já neste inverno. Mas também a incapacidade e a falta de respostas deste Governo para lidar com esta tempestade perfeita que já se desenha no horizonte próximo. Os Açorianos merecem melhor”, finalizou a vice-presidente do GPPS, Sandra Dias Faria.