O Presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, alertou, este sábado, para o sentimento de “desilusão e de perda de confiança” dos Açorianos na capacidade do Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM “ajudar a melhorar a vida das famílias e das empresas da Região”.
Segundo Vasco Cordeiro, que intervinha no âmbito da Comissão de Ilha do PS/São Miguel, que se realizou em Vila Franca do Campo, são inúmeras as preocupações transmitidas pelos Açorianos, desde logo ao nível da educação, em que pela “falta de professores, de assistentes operacionais e de distribuição de equipamentos informáticos” se nota a falta de confiança neste Governo.
“Há uma ausência total de consciência da parte do Governo Regional quanto ao drama que muitas famílias vivem e ao facto de haver muitas escolas da nossa Região que não têm condições para o funcionamento regular”, frisou o socialista, para lamentar ainda o silêncio do executivo quanto a obras necessárias. “O Governo está a executar e a concluir obras que foram projetadas, lançadas e iniciadas pelo Governo Regional do PS”, como é o caso da Escola dos Arrifes, mas sem demonstrar a capacidade de “projetar e de dar um sentido de futuro quanto à melhoria do nosso parque escolar”, avançando com intervenções necessárias de que são exemplo a Escola da Lagoa e a Escola da Povoação.
Já no setor da saúde, o líder socialista alertou que “o Governo canaliza recursos para o privado”, mas não é capaz de “fortalecer o Serviço Regional de Saúde”, em que, de acordo com os últimos dados, “se agrava a dívida a fornecedores e as dívidas dos três hospitais da Região”. Para Vasco Cordeiro, é essencial salvaguardar um SRS que seja capaz de dar resposta, por considerar que não podemos ter “um serviço de saúde para ricos e um serviço de saúde para pobres”.
Na ocasião, o Presidente do PS/Açores mencionou, também, as preocupações que lhe tem chegado relativamente à questão da habitação, em que pela subida das taxas de juro, são já muitas as famílias Açorianas em dificuldade verificando-se, mais uma vez, a falta de confiança “em que o Governo Regional consiga resolver o assunto”.
“O programa CreditHab não está a funcionar”, apontou o socialista, para destacar que de um milhão de euros que o Governo se comprometeu investir nesta solução de apoio às famílias, “apenas conseguiu pôr em funcionamento 170 mil euros” e que das cerca de 1.800 famílias Açorianas que estarão já nesta situação, apenas foram ajudadas 175.
Relembrando que o PS/Açores apresentou um conjunto de propostas concretas para auxiliar as famílias cuja “angústia aumenta todos os meses”, Vasco Cordeiro considerou que o Governo não tem se demonstrado “capacidade e competência” para adaptar-se “a uma situação que está a evoluir de forma particularmente rápida”.
Na ocasião, o socialista mencionou ainda a falta de lugares em creches, lembrando que se no continente, o Governo da República está a investir na construção de novas infraestruturas, nos Açores “o Governo Regional limita-se a duplicar o número de lugares nas creches que já existem”, uma solução que para o líder socialista “pode ajudar temporariamente”, mas que deve ser complementada “com o reforço do investimento na criação de novas respostas”.
“O Governo responde, a esta questão, com a gratuitidade das creches, mas esquece de dizer que quem está a pagar a gratuitidade de todas as creches nos Açores é o Governo da República”, frisou o líder socialista, para salientar que a proposta do PS/Açores para que esta medida abrangesse, também, os jardins-de-infância da Região “foi recusada pela maioria absoluta que este Governo tem na Assembleia”.
Em relação à disponibilidade em Lares de Idosos, o líder socialista desafiou o Governo a não se ficar pelo programa ‘Novos Idosos’ e a avançar com “a construção da segunda fase do centro intergeracional de Ponta Garça, a construção do centro intergeracional dos Fenais da Luz, a ampliação do Lar de Idosos do Nordeste, de Vila do Porto e de São Roque do Pico”.
A finalizar, o socialista apontou que nos indicadores sociais, depois de anos a diminuir com os Governos Regionais do PS, estes estão agora a aumentar, num claro sinal “de que os Açores estão a ficar para trás, não apenas nesta componente das famílias, mas, também, naquilo que tem a ver com as empresas”, em que cresce “a desconfiança em relação à capacidade deste Governo resolver aquilo que é preciso resolver”.