O Presidente do Comité das Regiões, Vasco Cordeiro, intervinha na sessão de encerramento da Semana Europeia das Regiões e Cidades 2023.
Referindo-se às atividades do evento, coorganizado pelo Comité das Regiões e Comissão Europeia, Vasco Alves Cordeiro, Presidente do Comité, saudou a "incrível mobilização das pessoas para debater e ajudar a construir algo novo", acrescentando ainda que "o debate sobre a política de coesão e o seu futuro está a assumir uma nova dimensão. A política de coesão não pode sobreviver no seu estado atual se permanecermos puramente defensivos e se ela não responder às necessidades e dificuldades que os cidadãos europeus sentem no seu dia a dia, em todas as nossas comunidades".
Nesse contexto, salientou a urgência de "trabalhar para a retenção de talentos de forma a que possa melhor servir as comunidades, a curto e a longo prazo. A ideia de que as pessoas se adaptem a um novo ambiente económico é atraente, mas alguns dos maiores desafios que temos de enfrentar só poderão ser superados se prepararmos as pessoas o que vem depois. Por exemplo, as transições verde e digital: se não prepararmos as pessoas para poderem participar nestes processes e poder realizar as suas ambições de vida, a partir deles, corremos o risco de ter políticas muito apelativas, mas que podem criar novas desigualdades."
"Reter jovens e menos jovens talentos nas comunidades e prepará-los para o futuro é também um objetivo de política coesão que está em jogo e isso deve ser visto de forma holística". Referindo-se aos dados do Relatório sobre o Estado das Regiões e Cidades, publicados esta semana pelo Comité das Regiões, disse "Segundo o nosso relatório, até 2033, cerca de 30 milhões de pessoas abandonarão as zonas rurais. É catastrófico. Ao criar políticas assentes na coesão, estamos a criar os pilares para combater o desafio demográfico. Através da política de coesão esta questão pode ser resolvida. Ninguém decide ficar num meio rural ou periférico, porque lhes dizem, mas se houver serviços públicos, onde criar os filhos, cuidados para os idosos, oportunidades económicas para ter um emprego esse cenário muda. E isso é tudo uma questão de coesão.
Aludindo ainda ao parecer do Comité, de que é coautor sobre o futuro da Política de Coesão pós 2027 acrescentou "Foi por isso que o Comité assumiu o compromisso de começar a trabalhar, desde já, na renovação desta política, para que ela saia mais forte e mais capaz de responder a essas necessidades cada vez mais complexas."
Na sessão, que contou também com a participação da Comissária Europeia para a Política de Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, diversos participantes da Semana reforçaram a mensagem de que a prioridade deverá ser garantir que a política de coesão continua a cumprir o seu principal objetivo de ajuda ao desenvolvimento social, económico e territorial das regiões e cidades da UE, contribuindo ao mesmo tempo para uma transição digital e verde justa e inclusiva. Embora a prosperidade a longo prazo das regiões da UE deva continuar a ser o foco principal, a política de coesão também deve ser capaz de reagir com flexibilidade aos desafios emergentes e às crises em curso, dado o seu contributo à capacitação de pessoas, trabalhadores e empresas e ao desenvolvimento das regiões da UE.
A 21.ª Semana Europeia das Regiões e dos Municípios decorre em Bruxelas, de 9 a 12 de outubro de 2023. Este evento de 4 dias, que conta com mais de 7000 participantes, permite que cidades e regiões mostrem a sua capacidade de criar crescimento e emprego, implementar a Política de Coesão da União Europeia e provar a importância do nível local e regional para a boa governação europeia.