O Presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, defendeu não ser uma questão de estabilidade que está em causa na votação do Plano e Orçamento da Região para 2024, para salientar que quando esta está colocada ao serviço de um mau Governo Regional é “um problema”.
Para o líder socialista, que falava no jantar convívio promovido pelo PS/Lagoa, realizado este sábado, “não é a democracia que deve estar subordinada à estabilidade, mas sim a estabilidade que se deve construir de acordo com as regras da democracia”.
“O Parlamento que hoje temos é o mesmo que tínhamos há três anos a esta parte. E, portanto, aqueles que antes votaram a favor dos documentos não perderão a sua dignidade, nem a sua razão, se agora votarem de maneira diferente. E aqueles que se arvoraram e arrogaram durante estes três anos como sendo aqueles que conseguiam essa estabilidade, não podem deixar de ser responsáveis também se porventura essa estabilidade desta vez não acontecer”, afirmou o socialista.
Referindo-se ao Plano e Orçamento entregue esta sexta-feira na Assembleia Legislativa, Vasco Cordeiro defendeu ser necessário encarar os problemas de frente, referindo a esse propósito que “a situação das finanças públicas da Região pode comprometer o nosso futuro”.
“Entre 1 de janeiro de 2021 e 30 de junho de 2023, a dívida pública da Região aumentou 1 milhão de euros por dia, incluindo sábados, domingos e feriados”, assegurou o líder socialista, para defender que essa situação pode “impedir que no futuro se continue a apoiar as famílias e as empresas Açorianas”. Mas, segundo Vasco Cordeiro, os Açores não estão a ser capazes, também, de executar os mais de 3.2 mil milhões de euros de fundos comunitários da União Europeia, perdendo, também aqui, “mais uma oportunidade para ajudar as empresas a serem mais competitivas, para poderem gerar mais e melhores empregos e ajudar as famílias a resolver problemas na educação e na saúde”.
“Apresentar-se um Plano e Orçamento que dá tudo a todos e não resolve estes problemas parece ser um Plano e Orçamento que varre para debaixo do tapete os problemas e apresenta apenas um falso brilho que não convence, nem deve convencer, os mais conscienciosos”, considerou o socialista.
Mas, para o Presidente do PS/Açores, que é também líder socialista na Assembleia Legislativa, é também preocupante que os Açores tenham passado, em apenas três anos, para os últimos lugares no que à execução de fundos comunitários diz respeito, e que com o atraso verificado na execução das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência e do próximo Quadro Comunitário seja cada mais evidente “que a oportunidade vai passar e que a verba não será utilizada para melhorar a vida das empresas e das famílias Açorianas”.
Na ocasião, Vasco Cordeiro defendeu ainda a necessidade de se reconquistar o sentido de futuro para o desenvolvimento da Região, transmitindo aos mais jovens a ideia “de que os Açores valem a pena”.
“Valem a pena para os que já estão mais avançados na vida e para aqueles que agora a estão a iniciar. Se eu achasse, porventura, que isso não era assim, não teria assumido a minha responsabilidade e, mesmo não tendo sido Presidente do Governo durante estes três anos, fiquei na Assembleia Legislativa da Região, cumprindo o meu papel, porque acredito que os Açores valem a pena! E é essa a motivação que nos deve nortear, e que devemos conduzir para o futuro”, defendeu o Presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro.