O Secretariado do Partido Socialista da Graciosa regista com desilusão, mas sem surpresa, a passagem pela nossa ilha dos Partidos da Coligação (PPD/PSD, CDS-PP e PPM) que suportam o atual Governo Regional dos Açores, no âmbito das suas jornadas parlamentares.
A Coligação diz-se satisfeita com o investimento que o seu Governo tem feito na nossa Ilha. Mas que investimento? O Partido Socialista e os graciosenses em geral não veem obra feita, nem sentem os benefícios desse investimento.
Dizem que o Orçamento deste Governo para 2024 contempla a ampliação das Termas do Carapacho. Nada mais falso. O Plano e Orçamento prevê 10 mil euros para elaborar o projeto de ampliação das Termas, não para fazer a obra. E onde estão os 25 mil euros para esse mesmo PROJETO que disseram que iam fazer em 2022?
Ainda sobre as Termas do Carapacho, onde estão as consultas de Reumatologia? O último médico especialista esteve nas Termas do Carapacho em 2019. Com este governo, esta foi mais uma especialidade abandonada.
Dizem que "o Governo tem respondido aos anseios antigos dos graciosenses". Questionamos, então, onde estão os Médicos de Medicina Geral e Familiar prometidos desde que tomaram posse? Garantidos estavam dois novos médicos para o Quadro da USIG a 25 de outubro de 2021, que, todavia, nunca apareceram, e mais dois médicos a 14 de junho de 2022, que também se perderam pelo caminho. Isto para não falar do Médico Internista que foi anunciado com tanta “pompa e circunstância” e que, infelizmente, nem um ano esteve na nossa ilha, ou seja, nem médicos de medicina geral e familiar, nem médico internista e, ainda, conseguiram a proeza de ficar sem Diretor Clínico! Isto sim é a obra deste Governo Regional dos Açores.
Anunciaram um TAC para a Ilha Graciosa, bem como obras de ampliação na Unidade de Saúde da Ilha Graciosa, mas, quando vamos ler o documento para o Orçamento de 2024, estão apenas referenciados 30 mil euros para fazer isso tudo. Estes Partidos da Coligação e este Governo são mesmo bons é a fazer propaganda!
Dizem também que estamos bem no setor da educação e que o ano arrancou "sem grandes problemas". Isto demonstra desconhecimento sobre o que se passa na nossa comunidade escolar, ou, pior ainda, pretende ludibriar os graciosenses. Há problemas sérios: falta de professores; falta de funcionários, necessidade urgente de obras, falta de verbas para gestão corrente! Esta situação tem levado a escola a pedir ajuda aos Encarregados de Educação e ao poder local no fornecimento de material escolar. Isto é começar bem o ano letivo? Não, isto é grave e incompreensível! Isto é sacrificar as famílias graciosenses e todos aqueles que trabalham diariamente nas nossas escolas.
A satisfação demonstrada pela Coligação no que se refere a algumas obras em curso é legítima, mas o que está a ser feito não é novo e é, manifestamente, pouco! O Partido Socialista da Graciosa congratula-se com a construção da Aerogare, cujo projeto foi elaborado pela anterior governação socialista, tendo o atual Governo dado continuidade ao que já estava em andamento. A ampliação do Lar de Idosos da Praia também não é uma novidade, trata-se de continuar o que já tinha sido apresentado e garantido em 2020.
O apoio atribuído à Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz da Graciosa para remodelação do antigo Centro de Saúde é positivo, assim como também seria interessante perceber que projeto de âmbito social se pretende ali implementar e se a Santa Casa da Misericórdia tem, por si só, recursos humanos para assegurar essas valências, caso contrário, será mais uma promessa fugaz.
Também importante é renovar o Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora da Luz, edifício que conheceu a sua primeira obra pelos Governos liderados pelo Partido Socialista. Este é um espaço de grande valor para a freguesia da Luz, cujo projeto seria igualmente útil conhecer, desejando que traga benefício aos seus utilizadores, ou então, será mais uma promessa fugaz.
Quanto à Marina da Barra, pelo que se pode constatar, a obra vai arrastar-se por mais um ano, para o verão de 2024, semanas antes das eleições regionais, o que é, com certeza, uma coincidência.
Foi, sem dúvida, uma visita que, tal como a do Governo Regional, não trouxe nada de novo aos graciosenses, nem, tão pouco, a resolução daquelas que são as suas reais preocupações. Desilude, mas não surpreende, pois quem pouco ou nada fez em três anos, dificilmente algo fará em cinco meses.
A Ilha Graciosa e os graciosenses não precisam apenas de discursos articulados, precisamos, sim, de líderes capazes de colocar em prática as suas políticas, dando à nossa Ilha o rumo certo.