Mário Tomé criticou o Governo Regional do PSD/CDS/PPM pelos “sucessivos adiamentos de obras estruturantes para a ilha do Pico”, salientando que, da análise do Orçamento da Região para 2024, a conclusão evidente que se tira é que, para a coligação da direita, a ilha do Pico é “a ilha adiada e não a ilha do futuro”.
O deputado socialista, eleito pela ilha do Pico, falava após reunir com a Direção da Associação de Comerciantes da Ilha do Pico e com a Mesa do Conselho de Ilha do Pico, reuniões que contaram igualmente com a participação da deputada Marta Matos.
Sobre a proposta de Orçamento para 2024, Mário Tomé salientou que as baixas execuções dos últimos três anos “minam a credibilidade dos documentos” e critica a “ausência da ampliação da pista do aeroporto do Pico e de qualquer intervenção no Porto Comercial de São Roque”.
O parlamentar do PS especificou que o Porto Comercial de São Roque do Pico, a terceira infraestrutura portuária mais movimentada dos Açores, “carece de uma visão estratégica por parte do Governo Regional”, por ser de “extrema importância para a economia da ilha do Pico”, necessitando rapidamente de uma “obra de consolidação da cabeça do molhe de proteção”
Mário Tomé defendeu, igualmente, a ampliação do Porto Comercial de São Roque, uma “obra necessária, ainda que difícil do ponto de vista técnico”.
“Infelizmente este Governo não tem esta visão, uma vez que nada refere sobre estas obras no Orçamento para 2024”, frisou.
O deputado do PS reiterou que o Governo dos Açores “não está a ser claro nem direto quanto aos impactos que a privatização da Azores Airlines terá no desenvolvimento económico da Ilha do Pico”, uma vez que, “sempre que questionado, não apresenta respostas conclusivas”.
“É importante ter presente que, de acordo com o atual caderno de encargos apresentado por este Governo Regional, a partir do segundo ano da privatização da Azores Airlines, nada obriga a companhia a concorrer para as rotas do Pico, nem Faial ou Santa Maria, por exemplo”, alertou.
Mário Tomé abordou também as questões da segurança e operacionalidade da pista do aeroporto do Pico, acusando o Governo Regional de “continuar a empurrar com a barriga para a frente este investimento de extrema importância”.
“O crescimento económico da ilha do Pico, assente nos fluxos turísticos, tem hoje a dimensão que tem devido ao trabalho de muitos anos, mas atualmente a SATA não está a privilegiar uma ligação muito valorizada pelos empresários do Pico, que é ligação diária Lisboa-Pico-Lisboa em época alta, verificando-se também algumas dificuldades nas ligações interilhas. Estes são aspetos que merecem análise e correção”, finalizou o deputado do PS, Mário Tomé.