Berto Messias realçou, esta terça-feira, que o Governo Regional do PSD/CDS/PPM “não fez um único investimento estratégico próprio na ilha Terceira nesta legislatura”, limitando-se a “inaugurar projetos e obras lançadas pelo anterior Governo Regional, da responsabilidade do PS”.
Na cidade da Horta, onde se debate esta semana a proposta de Orçamento Regional para 2024, o deputado do PS frisou que o Governo de coligação está “sozinho, politicamente acossado e politicamente isolado”, uma vez que “só o próprio Governo e os partidos que o constituem (PSD/CDS/PPM) acreditam nesta proposta de Orçamento”.
Berto Messias realçou que este isolamento político só acontece porque o Executivo “não conseguiu manter nem consolidar os apoios que lhes permitiram formar Governo”.
O parlamentar do PS lembrou que, em setembro de 2020, José Manuel Bolieiro, enquanto candidato, afirmou que iria “reforçar a centralidade da ilha Terceira no contexto do Grupo Central e no contexto Regional”, mas frisou que este Governo Regional “ignorou a ilha Terceira e limitou-se a inaugurar as obras que vinham do Governo anterior (PS), com pompa e circunstância”.
Berto Messias exemplificou com o caso do Porto da Praia da Vitória, uma infraestrutura “cujos únicos investimentos que teve foram aqueles que foram garantidos no passado”, querendo o Governo agora “aumentar a Ponte Cais, sem perceberem muito bem aquilo que querem fazer, do ponto de vista estratégico”.
O deputado socialista considerou que a Aerogare da ilha Terceira está “degradada e moribunda”, salientando que o único “investimento estratégico do Governo Regional nesta legislatura foi uma porta de embarque”.
“O que dizer da falta de oferta na operação aérea de inverno para a ilha Terceira? O que dizer da forma como abandonaram o projeto do Terceira Tech Island, hoje uma sombra daquilo que já foi? O que dizer aos empresários Terceirenses que não têm hoje um interlocutor com quem falar sobre as suas perspetivas de futuro e de investimento na Ilha Terceira? O que dizer aos agricultores da Ilha Terceira, que continuam com os caminhos agrícolas por arranjar, que continuam com dificuldade de acesso às suas explorações e com falta de capital?” questionou, sem obter respostas.
Berto Messias considerou que os empresários Terceirenses, há tanto tempo confrontados com os impactos da inflação e com o aumento dos custos de contexto, estão “abandonados à sua sorte” e que as instituições particulares de solidariedade social da Ilha Terceira, que “todos os meses veem a sua fatura elétrica aumentar consideravelmente, “continuam sem respostas ou apoios do Governo Regional”.
Berto Messias considerou, igualmente, que esta inação do Governo Regional se traduz numa “grande derrota política para os protagonistas políticos da Ilha Terceira que integram este Governo Regional”.
“O vice-presidente do Governo, Artur Lima, dizia ser um grande defensor da ilha Terceira, mas não tem conseguido implementar medidas concretas que permitam aumentar a competitividade da ilha Terceira, nem investimentos públicos que permitam efetivamente melhorar a qualidade de vida dos Terceirenses”.
Berto Messias sublinhou que este Governo Regional está “de costas voltadas para os parceiros sociais da ilha Terceira” e que “não é por acaso que pela, primeira vez, o Conselho de Ilha entendeu não dar parecer a estas propostas, é porque não acredita nelas”.
“Pela primeira vez na história da Autonomia democrática, terminará uma legislatura e a ilha Terceira não terá um investimento público estratégico que se veja e que melhore, de facto, a vida dos Terceirenses e a vida dos Açorianos. Quem acredita num futuro que leve a ilha Terceira e a nossa Região para a frente, não poderá, em circunstância alguma, apoiar este plano de investimentos e este orçamento para 2024”, finalizou o deputado do PS, Berto Messias.