O deputado do grupo parlamentar do Partido Socialista dos Açores (GPPS/A), Tiago Lopes, defende que “os diabéticos açorianos necessitam de melhor acessibilidade aos cuidados de saúde”, referindo-se aos atrasos verificados na retoma do rastreio da retinopatia diabética.

O parlamentar refere que esta é uma situação que se arrasta há demasiado tempo e que confronta com o anunciado pelo Governo Regional, no final de 2022, de que, na sequência do impacto provocado pela Pandemia, a retoma da atividade assistencial no Serviço Regional de Saúde se encontrava concluída.

“O impasse verificado na retoma do rastreio da retinopatia diabética vem agravar, ainda mais, a nossa preocupação com os diabéticos Açorianos considerando que, os dados que são públicos, apontam para uma diminuição, nos últimos três anos, de consultas médicas e de enfermagem no âmbito da Diabetes”, fundamentou.

“Apenas para dar alguns exemplos, a Unidade de Saúde de Ilha de Santa Maria registou um número de consultas de Medicina Geral e Familiar no âmbito da Diabetes, em 2022, inferior ao realizado em 2020 (656 vs 783), a Unidade de Saúde de Ilha Terceira registou um número de consultas de Enfermagem no âmbito da Diabetes, em 2022, embora com tendência crescente, inferior ao realizado em 2019 (9200 vs 10949)”, acrescentou Tiago Lopes.

Para o deputado, “a falta de recursos humanos no Serviço Regional de Saúde evidenciada pela não retoma do rastreio da retinopatia diabética, pela recente escusa de responsabilidade de todos os farmacêuticos em funções no HDES, confronta com a narrativa apresentada nos últimos três anos pelo Governo Regional, a que se junta o concurso para preenchimento de 25 vagas de Assistente Operacional no HDES que, um ano depois, continua em aberto”.

Tiago Lopes afirma ainda que “a adesão ao rastreio da retinopatia diabética na Região foi, em 2019, um exemplo a nível nacional com uma taxa de adesão superior a 60%, por isso lamenta-se que este rastreio não tenha sido retomado, como anteriormente, de forma alargada, a todas as ilhas, quando o número de diabéticos na Região tem vindo a aumentar e o acompanhamento a diminuir”.

“Perante isto é necessário agir, sem desculpas”, afirmou o parlamentar.

“É necessário um plano para retomar a atividade assistencial no Serviço Regional de Saúde, coisa que, aliás, este Governo não cumpriu na sequência da aprovação por unanimidade na Assembleia Legislativa Regional de uma Resolução, em março de 2021, que versava sobre este mesmo assunto”, sublinhou.

“À espera que os utentes e familiares já hoje em dia se confrontam para com a realização de uma consulta, exame, tratamento ou cirurgia, não se pode, nem deve, juntar a espera nem a esperança para que os partidos da coligação solucionem estes problemas quando foram eles próprios que os criaram”, concluiu Tiago Lopes.