Os Vereadores do PS acham muita estranha a posição da Câmara Municipal em deixar Ponta Delgada de fora da Rede de Cidades portugueses capitais da Cultura e acreditam que só pode ter havido um equívoco ou uma má avaliação do que verdadeiramente está em causa.
“Quando se teve tanta gente envolvida, tanto trabalho e tanto investimento a preparar a candidatura de Ponta Delgada a Capital Europeia da Cultura, e se lamentou não termos ganho o primeiro lugar, como merecíamos, a posição agora tomada pela Câmara Municipal, requer mais explicações, quando já é o próprio ministro da Cultura que vem dizer que Ponta Delgada deve assinar o Protocolo da sua adesão àquela Rede de Cidades, na qualidade de observador, enquanto aguarda a aprovação da sua candidatura a cofinanciamento ao PO Regional 2030”, referiu André Viveiros.
A verdade é que Ponta Delgada, conjuntamente com as cidades de Aveiro e Braga, convenceram o ministro da Cultura, que o esforço desenvolvido, almejando o galardão europeu, não devia ser desperdiçado, e este aceitou declarar aquelas três cidades como Capitais Nacionais da Cultura, para os anos de 2024 (Aveiro), 2025 ( Braga) e Ponta Delgada (2026), garantindo um apoio a cada uma no valor de um milhão de euros através dos ministérios da Cultura e do Turismo, e ficando acordado que cada Câmara Municipal submeteria a sua candidatura aos respetivos Planos Operacionais Regionais 2030, no sentido de verem reforçadas as suas candidaturas em valor idêntico.
Quando inclusive esta solução mereceu satisfação do Presidente da Câmara de Ponta Delgada, que até viu no desenvolvimento deste novo projeto a possibilidade de mais tarde Ponta Delgada lançar-se noutra candidatura a Capital Europeia da Cultura, e nem sequer condicionando a sua posição a uma futura aprovação de cofinanciamento comunitário, o agora anunciado, só pode ter como objetivo ou aliviar as responsabilidades do Governo Regional, com a alegação que não tem Plano e Orçamento aprovado para 2024, ou então pressionar o mesmo Governo, por ainda não ter transferido para a Câmara uma verba em “calote” de 400 mil euros referente à candidatura de 2022, ou ainda, porque não se acredita verdadeiramente nas potencialidades de Ponta Delgada como capital nacional ou europeia da Cultura, acrescentou.
Para os Vereadores do PS, Ponta Delgada pode, perfeitamente, “ser subscritor daquela Rede de Cidades capitais nacionais da Cultura, avalizando a mesma com financiamento próprio, porque tem capacidade orçamental para isso, e em devido tempo fazendo a sua candidatura ao PO 2030, decisão corajosa que levaria a que já estivesse a trabalhar afincadamente na candidatura nacional de 2026, e a perspetivar com sucesso uma candidatura europeia em 2027.
“Fica-nos assim a dúvida do que atormenta a Câmara Municipal neste processo, se a má experiência que teve com o atual governo no cofinanciamento da Cultura ou se a incapacidade para lidar e convencer o próximo governo regional do interesse e da bondade da candidatura de Ponta Delgada a Capital Portuguesa da Cultura e mais tarde Capital Europeia da Cultura, votando assim a Cultura ao ponto onde está? De abandono!”, frisou o socialista.
Da parte dos Vereadores do PS eleitos na Câmara Municipal, a subscrição do Protocolo em causa deve ocorrer de imediato, para bem da Cultura da cidade e do concelho de Ponta Delgada!