Os vereadores do Partido Socialista, na Câmara Municipal de Ponta Delgada, manifestaram quarta-feira, em reunião ordinária da autarquia, a sua “preocupação e estranheza”, por alguns edifícios, recentemente construídos pela edilidade continuarem a aguardar inauguração e a respetiva disponibilização às populações
A situação repete-se em edifícios recentemente adquiridos ou que já pertenciam ao património do município, mas que estão a degradar-se sem qualquer solução à vista para a sua reabilitação ou conversão.
Para os vereadores socialistas, é preciso saber “o que se passa com o Centro Intergeracional do lugar da Várzea”, na freguesia dos Ginetes, cujas obras estão concluídas há já mais de dois anos, mas que “continua encerrado, sem servir as populações locais”, com valências de Centro de Dia para os idosos e de ATL para as crianças daquele lugar, por exemplo.
Na mesma situação está o Polivalente de Serviços da Fajã de Cima, que continua de portas encerradas, uma obra que foi “construída num processo muito pouco claro entre a Câmara Municipal de Ponta Delgada, a Casa do Povo da Fajã de Cima e o empreiteiro”, uma vez que, até hoje, “nunca se percebeu bem quem era proprietário do quê?”.
“Uma trapalhada, no mínimo, que exige a maior atenção do Tribunal de Contas” e que certamente será dirimido num moroso processo judicial entre as partes, frisam os socialistas.
Segundo André Viveiros, também é preciso saber o que pretende a Câmara Municipal de Ponta Delgada fazer com “o edifício sito à rua de São João, onde já funcionou uma biblioteca, a cantina dos funcionários públicos (OSTRAP) e a Associação dos Consumidores da Região (ACRA), edifício que é “propriedade da autarquia e que permanece fechado e em contínua degradação”.
O Vereador Socialista quis também saber como estava o processo de demolição/conversão das duas habitações que a Câmara Municipal adquiriu na Rua Manuel Inácio Correia, que se destinavam à “construção uma plataforma logística de apoio ao comércio do centro histórico da cidade”, um investimento anunciado como “compensação pelo fecho do trânsito nas ruas centrais da cidade”.
André Viveiros destacou o “avultado valor em causa”, uma vez que este projeto, que recebeu a pomposa designação de “Unidade Estratégica de Desenvolvimento Urbano” representa uma verba de 2,8 milhões de euros, tendo a autarquia já recorrido a um empréstimo bancário, com os juros que isso representa, para o efeito.
Os vereadores do PS na Câmara Municipal de Ponta Delgada querem, ainda, mais esclarecimentos sobre os edifícios que o município tem arrendados na Rua João Francisco de Sousa e Rua Ernesto do Canto, que representam um custo anual de mais de 120 mil euros.