O Grupo Parlamentar do PS no Parlamento dos Açores questionou, esta quinta-feira, o Governo Regional (PSD/CDS/PPM) sobre quais as diligências que este tem feito para, através da empresa pública Atlanticoline, negociar com o Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas, no sentido de chegar a acordo e acabar com a greve na Atlanticoline, que está a afetar o transporte marítimo na Região há mais de duas semanas.
Isabel Teixeira, deputada socialista eleita pela ilha de São Jorge, é a primeira subscritora do requerimento do PS, que alerta para a “urgência de resolver esta situação”, uma vez que “estamos a aproximar-nos do período de Verão” e a greve “teve início a sete de março, por tempo indeterminado”.
Refira-se que esta greve foi iniciada pelos maquinistas, aos quais se juntaram recentemente os marinheiros, o que agrava e dificulta a resolução do conflito laboral.
“Se até ao início do verão esta situação não for resolvida, como prevê o Governo Regional dos Açores, através da empresa pública Atlanticoline proceder para que os passageiros, sejam eles residentes, ou visitantes, não sejam impedidos de viajar entre ilhas?”, questiona a parlamentar.
Isabel Teixeira quer também saber se, na impossibilidade de chegar a acordo para acabar com a greve, o Governo Regional “pondera reforçar o número de voos operados pela SATA Air Açores” e, se sim, “quais os itinerários e frequências previstos?”.
A deputada realçou que os horários apresentados pela Atlanticoline até 31 de maio “não respondem às necessidades da larga maioria dos seus destinatários”, seja “de quem viaja habitualmente, seja de quem viaja ocasionalmente”.
A deputada do PS reconhece o direito dos trabalhadores à greve, consagrado na Constituição da República Portuguesa, mas estranha que “passados vinte dias de greve, o Governo Regional ainda não se tenha pronunciado publicamente sobre o assunto”.
“Ouvimos o administrador da empresa dizer que as negociações não estão fechadas, que vai fazer os possíveis, que é possível chegar a acordo. Mas não sabemos concretamente o que está a ser feito, que contrapropostas tem o Governo Regional, através da empresa, a apresentar aos trabalhadores? O que pensa o Governo Regional dos graves constrangimentos de mobilidade que se verificam na Região? O que pensa fazer para resolver efetivamente esta questão? Isso é que importa, no fundo e é justamente isso que não sabemos”, sublinhou a deputada.
“As acessibilidades aéreas e marítimas a qualquer ilha são fundamentais. A mobilidade das populações deve ser um direito, independentemente das suas motivações, o que no caso dos Jorgenses não é exceção. O que se impõe é que o Governo Regional, através da empresa pública Atlanticoline, garanta este direito a todos os Açorianos e esclareça todos os Açorianos sobre o que está a fazer, em concreto, para resolver esta situação”, finalizou a deputada socialista, Isabel Teixeira.