A cada dia que passa fica cada vez mais difícil para o Governo Regional dos Açores, de José Manuel Bolieiro, teimar num processo de privatização da SATA/Azores Airlines que nasceu “torto”, cresceu ainda mais “torto” e deve ser anulado imediatamente, afirmou Carlos Silva, membro do Secretariado do PS/Açores.
Praticamente um ano depois do início do processo de privatização de até 85% do capital social da SATA Internacional - Azores Airlines, S.A, não restam muitas dúvidas sobre a incapacidade do Governo Regional levar esse processo a bom porto, bem como da necessidade de anular o atual processo da privatização da SATA e iniciar rapidamente um novo procedimento, de forma transparente e profissional, que permita acrescentar valor e assegurar a continuidade da SATA e dos postos de trabalho, defende o PS/Açores.
“Dos tão apregoados, em tempos, mais de 30 interessados, apenas apresentaram proposta 2, e desses 2, nenhum parece estar em condições de avançar no processo”, salientou o dirigente socialista.
A mais recente novidade sobre a privatização da Azores Airlines teve como fonte o próprio conselho de Administração da SATA, já demissionário, que recomendou, na última semana, “não prosseguir com o atual concurso de privatização”.
Esta recomendação surge depois do anúncio, da demissão da Presidente do Conselho de Administração da SATA, Teresa Gonçalves, e do Administrador Financeiro, Dinis Modesto, por falta de condições do acionista para prosseguir com o trabalho desenvolvido.
Já antes, no início do mês, tinha sido o Presidente do Júri, liderado pelo economista Augusto Mateus, considerado pelo próprio governo regional como um júri “cujos elementos são à prova de bala em termos de credibilidade", a alertar para a falta de credibilidade e de força financeira do único concorrente considerado viável, para a venda de até 85% da Azores Airlines.
No meio de tudo isso, fica evidente que a suspensão da privatização, anunciada pelo governo por alegados “motivos éticos”, não passou de uma farsa para iludir os Açorianos, em plena campanha eleitoral.
Todos os dados agora divulgados permitem concluir que o governo regional do PSD/CDS/PPM, liderado por José Manuel Bolieiro, conduziu o processo de privatização de forma pouco transparente e amadora, indo até muito além do que foi negociado com a Comissão Europeia.
Tal como foi criticado pelo PS/Açores e por vários parceiros sociais, logo no início de 2023, o caderno de encargos foi mal formulado e não defendia o interesse regional, ao não assegurar, desde logo, uma posição relevante da Região no capital social da Azores Airlines, mas não sem garantir os postos de trabalho e a manutenção da sede nos Açores.
“Se o que foi proposto pelo governo e aceite pela Comissão Europeia foi a alienação de 51% do capital social da Azores Airlines, não se compreende porque é que o governo propôs, no caderno de encargos, vender até 85% do capital”, declarou o socialista Carlos Silva.
A SATA, os seus colaboradores e os Açorianos merecem mais transparência e maior profissionalismo e competência do governo, para avançar para um novo processo que privatização que acrescente valor à SATA e defenda o interesse regional, afirmou o PS/Açores.