Francisco César considerou, esta quarta-feira, que o Orçamento do Estado para 2025 representa uma falha para com os Açores, alertando, a esse propósito, que o Governo da República do PSD/CDS-PP “se meteu numa grande dívida para com os Açorianos”.
Para o Presidente do PS/Açores e deputado à Assembleia da República, que intervinha no âmbito da discussão na generalidade, a Aliança Democrática (AD) “muito prometeu na última campanha eleitoral”, mas, na prática, essas promessas não estão contempladas no Orçamento.
“Olho para a promessa da descontaminação dos solos da ilha Terceira, para a ampliação da pista do aeroporto da Horta, para as obras na Cadeia de Apoio da Horta ou para a anunciada solução provisória para fazer face à sobrelotação da Cadeia de Ponta Delgada, e nada disso está no Orçamento”, assegurou o socialista.
Durante a sua intervenção, Francisco César referenciou ainda “que nem a extraordinária promessa do manifesto eleitoral da AD de baixa da idade da reforma em dois anos para os Açorianos” ou “a promessa, nos termos feitos ao Governo Regional, sobre as Obrigações de Serviço Público entre os Açores e o Continente e a Região e a Madeira, também não consta do documento”, tal como “as transferências financeiras prometidas para salvar a Região do incumprimento com os credores”.
“Diz-se na minha terra que ‘quem promete, em dívida se mete!’, e essas promessas durante a campanha eleitoral foram meramente para agradar”, afirmou.
Nesse sentido, e referindo-se ao anúncio feito pelo Primeiro-Ministro na sessão de encerramento do 26º Congresso do PSD/Açores, “de baixa do valor máximo de comparticipação do residente por uma passagem em 15€”, Francisco César ressalvou que como foram definidas restrições e um teto de 600 euros no custo elegível das passagens, “os Açorianos poderão vir a pagar muito mais do que aquilo que pagavam”.
“Tenho pena de lhe perguntar assim, mas, ou se perderam algumas linhas do Orçamento, ou, também no caso dos Açores, a sua arte de agradar ficou-se pela sua arte de enganar. Em que ficamos?”, questionou Francisco César durante uma interpelação ao Primeiro-Ministro.