Lurdes Alfinete lamentou que após mais de quatro décadas de governação do PSD na Câmara Municipal da Ribeira Grande o concelho continue desigual, para defender que enquanto Vereadora na autarquia continuará a pugnar pela defesa “de um caminho de sucesso, de qualidade de vida e de resposta às necessidades de todos os Ribeiragrandenses”.
De acordo com a socialista, que intervinha num encontro de militantes do PS da Ribeira Grande, é recorrente o que se continua a inscrever no Orçamento da Câmara Municipal ao longo dos anos: “Continuamos a pretender uma frente-mar, um caminho da Tondela e um campo de futebol em Rabo de Peixe, que, recordo, ainda não está concluído e que apesar de ter sido anunciado por 700 mil euros já ultrapassa hoje os 3,5 milhões de euros”.
Reiterando a necessidade de se encontrarem soluções para estes problemas, Lurdes Alfinete alertou para os desafios com que o município se depara ao nível da habitação.
“Temos, em 2025, um grave problema de habitação, não só os jovens, mas as famílias de classe média que não tem qualquer apoio e, apesar da candidatura do 1º Direito ao PRR ter sido aprovada, não passa de uma mera operação de estética”, assegurou a socialista, para frisar que com os quase sete milhões de euros da candidatura o que se pretende é “retirar o passivo da antiga SDRG – Sociedade de Desenvolvimento de Habitação Social da Ribeira Grande, S.A., em vez de se construir habitação”.
“Ou seja, a candidatura de sete milhões de euros é para pagar 152 casas que já existem e nem mais uma casa é construída para nenhum Ribeiragrandense, apesar de comprar casa ou fazer um crédito ser, neste momento, proibitivo no concelho”, acrescentou.
Já ao nível da Saúde, Lurdes Alfinete relembrou que o Centro de Saúde tem sido uma matéria à qual os Vereadores socialistas têm dedicado atenção, propondo, inclusive, “a localização e compra do terreno”, propostas estas que à semelhança do “Orçamento Participativo que está a decorrer, as bolsas de estudo e o projeto de apoio à habitação degradada”, foram apresentadas pelo Partido Socialista.
Justificando, assim, o voto contra o Orçamento da Câmara para 2025, Lurdes Alfinete lamentou que desde 2021 os Vereadores do PS continuem a apresentar propostas, consideradas importantes para o concelho, mas que depois não são postas em prática.
“Dou-vos o exemplo de um programa municipal de apoio à saúde mental, que nunca foi posto em prática, um programa de revitalização da Rua Direta que foi considerado extemporâneo e, hoje, a nossa Rua Direta está deserta, não é convidativa, o exemplo da falta de agilidade nas obras municipais, sendo esta a autarquia onde é mais difícil se conseguir um licenciamento e de onde os investidores fogem por causa de todos os obstáculos que lhes são colocados”, destacou a socialista, para mencionar, ainda, a proposta apresentada durante o último orçamento municipal, de apoio à habitação.
“Propusemos que cada agregado ou que cada candidatura pudesse ter 10 mil euros, para comprar um lote ou para fazer um empréstimo bancário, e foi-nos dito que não, mas, ao mesmo tempo, não temos qualquer resposta ao nível da habitação, mas foi feito, no entanto, uma alteração orçamental retirando esse dinheiro para eventos de promoção turística que são importantes, mas que não nos trazem nem qualidade nem garantias de vida”, afirmou.
Sendo a Ribeira Grande o concelho mais jovem do país e um referencial para a prática do surf, Lurdes Alfinete lamentou que em quatro décadas de governação do PSD na autarquia se continue a ter “uma cidade assimétrica, com serviços a desaparecer, sem acessibilidades e um bom sistema de transportes e na qual há ainda habitações sem estarem ligadas ao saneamento”.
“A Ribeira Grande aparece nos noticiários pela taxa de obesidade infantil, pelo aumento da criminalidade, por processos que não interessam a ninguém, mas nunca pela qualidade de vida ou por desígnios de futuro”, finalizou a socialista.