A líder parlamentar do Partido Socialista dos Açores, Andreia Cardoso, criticou, esta quarta-feira, na Horta, a posição da coligação PSD/CDS-PP/PPM na Assembleia Legislativa Regional, acusando-a de estar refém dos interesses do Chega.
Andreia Cardoso falava no âmbito da discussão de um Projeto de Decreto Legislativo Regional que visa a alteração do DLR que criou o Parque Natural da Ilha de São Miguel, referindo-se igualmente a uma proposta do Chega, aprovada pela coligação, que prevê a reintrodução do pesticida glifosato nos espaços públicos dos Açores.
“O PS votou contra levantar a interdição do glifosato em espaços públicos, como vota agora contra cedências em interesses muito particulares no Porto da Caloura”, sublinhou.
Andreia Cardoso destacou que a proposta em questão, apresentada pelo Chega, não resolve os reais problemas da pesca nos Açores, mas serve interesses específicos e conveniências políticas, afirmando que o PS/Açores mantém uma postura de coerência e responsabilidade, votando contra propostas que comprometam a proteção ambiental e a gestão sustentável dos recursos, como o levantamento da interdição da pesca em áreas particularmente sensíveis, como a da Caloura.
“Não se trata de resolver os problemas dos pescadores dos Açores, trata-se de cedências momentâneas para assegurar votos e apoios políticos. Este diploma não resolve os problemas da pesca na Caloura, nem na Região em geral”, sublinhou.
“Por que razão esta alteração é necessária? Não estamos a falar de uma proibição de entrada no Porto da Caloura, que sempre foi permitida. O que está em causa é a pesca apiada numa zona muito específica, onde a proteção ambiental é prioritária”, acrescentou ainda.
A líder do GPPS lamentou que a Coligação PSD/CDS-PP/PPM prefira seguir um caminho de cedências políticas, acusando-os de comprometer o futuro dos Açores em troca de conveniências orçamentais e partidárias.
“Desde o início dissemos que havia custos neste casamento de conveniência e os custos estão à vista de todos. Este é um retrocesso grave, fruto da submissão da coligação aos interesses do Chega, colocando as prioridades partidárias acima do bem-estar e da sustentabilidade da Região”, frisou.
“Estas decisões são convenientes apenas para os interesses partidários da coligação e do Chega, não para os Açorianos”, concluiu Andreia Cardoso.