Francisco César avançou, esta segunda-feira, que o PS/Açores irá apresentar uma alteração para que mais médicos se venham a fixar no Serviço Regional de Saúde, sobretudo nas ilhas onde se regista uma maior carência.

Salientando o facto de o “Partido Socialista querer participar construtivamente” nesta discussão, o socialista alertou ser cada vez mais difícil atrair profissionais para os quadros, devido à falta de melhores condições, “sejam elas remuneratórias ou do ponto de vista da sua vida pessoal”.

“No fundo, o que verificamos é que estes médicos preferem ser tarefeiros, porque é onde ganham mais, e nós não conseguimos competir com isso”, frisou o líder socialista para avançar que, nos próximos seis meses, “iremos apresentar uma alteração ao sistema que permita atrair médicos de forma a que se fixem no Serviço Regional de Saúde, em primeiro lugar, e, em segundo, nas ilhas onde há maior carência”.

Para o Presidente do PS/Açores, que falava à margem de uma reunião com o Conselho de Administração do Hospital da Horta, a situação no SRS está hoje “pior do que estava há quatro anos”, alertando, assim, para o facto de, neste momento, “o SRS custar cada vez mais e os orçamentos dos Hospitais não corresponderem às necessidades de financiamento”.

“Ou seja, os gestores públicos que aqui estão têm de fazer escolhas, infelizmente, têm de decidir entre comprar medicamentos que são fundamentais ou, por exemplo, pagar o Complemento para o doente oncológico”, avançou o socialista, para alertar que, no Faial, por exemplo, “os doentes com complemento oncológico têm pagamentos em atraso”, devido ao facto “do Governo não financiar os hospitais no valor correto”.

Frisando que o Governo Regional apresenta, este ano, um Orçamento com “mais de 300 milhões de euros”, para resolver “os encargos que tinha do ponto de vista de dívidas que contraiu”, Francisco César apelou a que o Executivo resolva esta situação o mais rapidamente possível, por estar em causa a vida dos Açorianos.

Na ocasião, o líder socialista alertou, ainda, para o aumento das listas de espera, relembrando, a esse propósito, a proposta do Partido Socialista para criação de um programa especial de recuperação desses números.

“Ora, as listas de espera aumentaram 10%, até setembro de 2024”, avançou o socialista, para salientar que a proposta do PS/A visava “uma produção acrescida para que os doentes não sejam penalizados”.

“Por tudo isto, urge fazer diferente. Basta falar com os Açorianos para perceber que eles não sentem que a sua saúde esteja melhor, porque o Serviço Regional de Saúde está pior do que estava”, reiterou o socialista, para acrescentar “ser necessário pensar para além daquilo que está a ser feito”.