A deputada do Grupo Parlamentar do Partido Socialista/Açores, Inês Sá, defendeu, esta quarta-feira, a necessidade de se realizar um estudo rigoroso, isento e abrangente sobre o impacto da introdução dos manuais digitais nas escolas da Região Autónoma dos Açores, afirmando ser “fundamental perceber qual a eficácia pedagógica e o impacto da sua implementação nas aprendizagens e no bem-estar dos nossos alunos e de toda a comunidade educativa”.
O projeto de resolução dos socialistas para avaliar o processo de introdução de manuais digitais nas escolas da Região por uma entidade isenta foi apresentado na Assembleia Legislativa Regional, na Horta, tendo sido aprovado, com a abstenção dos partidos da Coligação.
Segundo a deputada, a digitalização da educação representa uma transformação essencial, mas o processo de desmaterialização dos manuais digitais na Região tem sido marcado por falhas de planeamento e execução.
“Este Governo implementou uma medida sem garantir as condições devidas para o seu sucesso, prejudicando professores, alunos e famílias”, afirmou, acrescentando que “se a tecnologia é a ponte para o futuro, o ‘fosso digital’ impede que muitos estejam na escola com os mesmos direitos. Esta realidade não pode ser ignorada”.
Inês Sá destacou que, desde o início da sua implementação, há relatos de dificuldades enfrentadas por professores e estudantes, bem como preocupações levantadas por pais e encarregados de educação.
Apesar de experiências semelhantes em outras regiões, como a Madeira e Portugal continental, que já produziram resultados relevantes, a Secretaria Regional da Educação, Cultura e Desporto não disponibilizou resultados concretos ou estudos de acompanhamento, mesmo após a realização de questionário sobre a sua implementação.
“É urgente garantir que este processo de digitalização contribua para a melhoria da qualidade educativa e não se torne mais um peso para a comunidade escolar”, sublinhou a deputada.
“O futuro da nossa educação depende de uma abordagem responsável e participativa, que coloque os interesses dos alunos em primeiro lugar”, concluiu Inês Sá.
Com a aprovação deste projeto de resolução, o PS/Açores espera agora que o estudo decorra nos próximos nove meses, para que o ano letivo de 2025/2026 se inicie com base nos resultados obtidos.
Horta, 16 de janeiro de 2025