Francisco César reafirma compromisso com estudo sobre dependências e exige ações imediatas para combater o problema na Região

PS Açores - Há 2 dias

Francisco César anunciou, esta terça-feira, que irá voltar a apresentar à Assembleia da República uma proposta para a realização de um estudo que permita conhecer, detalhadamente, as causas do fenómeno das dependências na Região.

De acordo com o líder socialista, que falava à margem de uma visita à oficina "Mãos que Criam", projeto da Casa de Saúde de São Miguel, e face aos números que colocam os Açores como a pior região do país em matéria de dependências, “é urgente dar respostas”.

“Esta é uma proposta que já apresentei na legislatura passada, propondo que fosse feito um estudo, em colaboração com o Governo Regional dos Açores e os Ministérios da Saúde, da Administração Interna e da Segurança Social, mas que, apesar de ter sido aprovado, acabou por não entrar em vigor uma vez que a legislatura não chegou ao seu fim”, referiu Francisco César, para defender que com os meios disponíveis “a Região não tem capacidade para dar resposta a este problema”.

Salientando o bom exemplo da Casa de Saúde de São Miguel ao nível da inserção de pessoas com problemas relacionados com dependências, o Presidente do PS/Açores lamentou que o Governo Regional não pague, a esta instituição, a comparticipação por cada pessoa que trata desde junho de 2023.

“Estamos a falar de uma dívida ao nível do tratamento de dependências que já vai em 800 mil euros”, avançou o socialista, para salientar que no global a Casa de Saúde tem um valor em atraso na ordem dos 3 milhões de euros.

“Ou seja, os 3 milhões de euros, é a soma dos 800 mil, com o restante apoio que as Casas de Saúde devem receber no âmbito do tratamento de outros problemas, nomeadamente de saúde mental”, acrescentou.

Durante a visita ao espaço, Francisco César alertou, ainda, para a necessidade de se conseguir dar respostas a quem enfrenta este problema, começando, desde logo, “com as Casas de Saúde ou centros com capacidade terapêutica a poderem ser eles a sinalizar as pessoas”.

“Não podemos criar burocracia para alguém que procura respostas. Colocar nos médicos de família, da Direção Regional ou de alguém que está atrás de uma secretária a função de sinalizar alguém que deve ser ou não internado, é não perceber o problema que temos em mãos”, afirmou o socialista, para defender a necessidade de “respostas mais ágeis”.

A finalizar, Francisco César sinalizou, ainda, a importância do acompanhamento a estas pessoas em situação de fragilidade, salientando o exemplo da Casa de Saúde de São Miguel ou da ARRISCA.

“Temos de saber como é que as pessoas que foram sujeitas ao tratamento estão a ser acompanhadas, porque essas pessoas são úteis para a sociedade, fazem parte da nossa comunidade e devem ser tratadas como tal, mas aquilo que me parece é que não está a acontecer”, alertou ainda o Presidente do PS/Açores, Francisco César.