PS/Açores acusa Bolieiro de fugir ao debate sobre o HDES e deixar os Açorianos sem respostas

PS Açores - Há 5 horas

O Grupo Parlamentar do PS/Açores denunciou hoje, na Assembleia Legislativa Regional, a falta de transparência e a má gestão do Governo Regional na resposta ao incêndio do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada. Durante o debate de urgência sobre o tema, a deputada socialista Sandra Costa Dias criticou a ausência de liderança política e as decisões que agravaram o caos na saúde dos Açores.

“O caos instalado afeta todas as áreas do HDES e do hospital modular e faço notar a ausência do Presidente do Governo neste debate. Fica claro, uma vez mais, a falta de coragem de José Manuel Bolieiro em vir justificar as suas decisões aos Açorianos”, rematou a deputada.

Sandra Costa Dias destacou que, desde o incêndio, a 4 de maio de 2024, o PS/Açores tem insistido no esclarecimento das opções políticas adotadas pelo Governo dos Açores, através de debates, requerimentos e audições.

“O Governo foi forte na propaganda e fraco no diálogo. A verdade exige-se: havia uma alternativa viável à construção do hospital modular e o Executivo optou por ignorá-la”, afirmou.

A deputada socialista referiu que relatórios técnicos internos do HDES, conhecidos nas últimas semanas, provam que a reabertura da urgência e dos blocos operatórios do hospital era possível em agosto de 2024, com um investimento de 11 milhões de euros para a recuperação total da unidade. No entanto, o Governo Regional optou por avançar com o Hospital Modular, sem qualquer debate público ou ponderação de alternativas.

“O Presidente do Governo sabia desta solução, pelo menos desde junho, mas ignorou-a deliberadamente. O resultado? Um hospital modular que deveria estar pronto em agosto, mas sofreu sucessivos adiamentos e só começou a funcionar em fevereiro deste ano, com falhas graves”, apontou Sandra Costa Dias.

A parlamentar denunciou ainda o impacto devastador desta decisão para os Açorianos, com listas de espera cada vez mais longas, consultas adiadas no próprio dia para utentes deslocados e condições indignadas no hospital modular.

“Foi a opção fácil, mas são cada vez mais as evidências de que não terá sido a opção certa. O Governo Regional falhou na sua missão mais básica: garantir cuidados de saúde seguros, dignos e em tempo útil aos açorianos.”, frisou.

Sandra Costa Dias concluiu com um apelo à responsabilidade política do Governo, acusando o Executivo de falhar com os doentes e comprometer o futuro da saúde nos Açores.

“O que temos hoje não é um serviço de saúde, mas sim um serviço de remendos e improvisos. Este Governo Regional falhou com os Açorianos, falhou com a Saúde, falhou com os doentes, falha com o futuro dos Açores”, afirmou.

Por sua vez, José Miguel Toste reforçou as informações conhecidas apenas recentemente dão conta que desde agosto que a urgência e os blocos operatórios do corpo principal do HDES poderiam estar em funcionamento, mas que

“A decisão de adiar a reabertura do hospital comprometeu a assistência hospitalar na Região, aumentando as listas de espera e obrigando os Açorianos a procurarem cuidados de saúde privados”, sublinhou o deputado.

“Hoje sabemos que se tivesse havido um real empenho e um efetivo investimento na retoma da atividade no corpo principal do HDES, há seis meses que o HDES tinha recuperado a sua capacidade assistencial de forma plena”, lamentou o socialista o facto de o Governo “nem sequer ter considerado essa alternativa, atrasando deliberadamente a abertura do HDES e comprometendo a saúde dos Açorianos”, criticou.

 

Horta, 12 de fevereiro de 2025