O resultado eleitoral do passado Domingo foi esclarecedor. E teve vários derrotados. As sondagens que provaram a sua ineficácia. Todos os partidos políticos que pelos números da abstenção têm necessariamente de repensar a sua estratégia e de questionar a sua vitalidade. E teve apenas um vencedor. O PSD de Passos Coelho que, embora não tendo atingido a maioria absoluta como desejava, teve um resultado inequívoco. Depois há o cortejo dos vencidos. À cabeça o PS que sofreu uma volumosa e pesada derrota eleitoral, culminando com a inevitável demissão do Primeiro-Ministro. O PS deve agora preocupar-se mais com o futuro do que com o passado. Sarar rapidamente as feridas para ser capaz de traçar um rumo. Outro dos derrotados foi seguramente o BE, que embora se tenha dedicado a diabolizar a troika, revelou-se na verdade incapaz de estancar uma sangria de votos para o PCP. O PP de Portas que ficou muito aquém do resultado esperado como ficou claro no ataque feito aos eleitores. Na Região o cenário foi ainda mais esclarecedor. A abstenção bateu mais uma vez o recorde nacional, envergonhando-nos a todos. O PSD ganhou em todos os concelhos com excepção do Corvo. O que obriga o PS/Açores a reflectir com critério sobre este resultado, mas o que não significa que devamos confundir as agulhas. O PSD em 2002 venceu também as legislativas nacionais, tendo depois em 2004 obtido o PS/Açores a sua maioria absoluta mais expressiva. É sabido que os eleitores não confundem as eleições. É necessário pois neste momento com seriedade saber felicitar os vencedores e reconhecer os derrotados, mas sem menosprezar quem vota. Porque os que fogem aos números da abstenção sabem a diferença de eleição para eleição. E não se devem com seriedade confundir eleições e muito menos menosprezar a capacidade dos eleitores. Daqueles poucos que ainda escolhem decidir.