Opinião

Os bichos verdes da inveja

O próximo domingo, dia 30 de Outubro de 2011, certamente marcará uma nova etapa na vida dos açorianos, dos micaelenses e, sobretudo dos habitantes do ainda longínquo concelho do Nordeste. Longe ficarão os tempos da minimizadora designação de décima ilha, aonde era penoso chegar e o isolamento era uma marca indelével no quotidiano de tantos quantos fizeram a sua terra, aquele afastado paraíso . Para além de beleza, paz e harmonia com a natureza, Nordeste significava lonjura, isolamento, falta de oportunidades e descriminação face ao desenvolvimento e oportunidades que, nas últimas décadas, foram surgindo na ilha e nos Açores. Recuando no tempo, ainda guardo nas memórias de infância, uma ida àquele quase fim-do-mundo na companhia de meus pais, numa das habituais excursões que reuniam as famílias em são convívio e proporcionavam visitas inesquecíveis aos pontos de maior interesse turístico deste paraíso atlântico de verde pintado. Recordo a doce ordem materna de cedo ir para a cama, pois no dia seguinte, havia que madrugar. Ir ao Nordeste, significava horas e horas de viagem por tortuosas, poeirentas, esburacadas e perigosas estradas com passagens por pontos tão perigosos que obrigavam os passageiros adultos a ficar com o coração nas mãos e as criancinhas a debulhar Ave Marias e Padre Nossos, pedindo a protecção divina para a tão temerária aventura a enfrentar no Pisão, nas Pedras do Galego, no Despe-te-que-suas ou na Tronqueira! No próximo domingo será inaugurado o troço Barreiros/Nordeste que, em conjunto com os já anteriormente postos à nossa disposição pelo governo de Carlos César, aproximarão aquele concelho a toda a ilha. O projecto SCUT é um marco na história dos Açores que põe fim ao ancestral isolamento de uma das mais belas zonas de S. Miguel, possuidora de enormes potencialidades turísticas e de investimento privado. Dois nomes ficarão sempre ligados à maior obra rodoviária levada a cabo nos Açores. Referimo-nos obviamente a dois açorianos de coragem e visão incontestáveis que tiveram razão antes, porque souberam ver o caminho certo e, contra muitas vozes maledicentes da oposição, levaram a cabo uma obra que a todos honra e marca uma geração de políticos. Carlos César como Presidente do Governo dos Açores e José Contente como Secretário dos Equipamentos prestaram um serviço que, de tão relevante, marcará para sempre a entrada num novo período na nossa história. Tal como aconteceu quando surgiu a ideia de construir as estradas do seculo XXI e houve a coragem e a determinação de materializar o projecto, agora, chegada a hora de dar quase como finda a grandiosa obra (faltando apenas concluir o troço que liga o Pisão a Vila Franca do Campo, que entrará ao serviço até ao próximo dia 15 de Dezembro), as vozes dos – como diz o meu neto – bichos verdes da inveja, surgem de novo com ataques quanto aos montantes das rendas a pagar. Tenham paciência, por mais que vos custe aceitar, as grandes obras nascem pela mão de grandes homens. Os mentores, promotores e materializadores desta incomparável obra pública foram os governantes socialistas açorianos liderados por Carlos César! Factos são factos. As estradas aí estão ao serviço do povo! Eliminaram-se centenas de curvas, encurtaram-se distâncias, aumentou-se a segurança e o conforto, criaram-se novos itinerários, ganharam-se novos ângulos de visão na paisagem que estava escondida entre montes e vales e, sobretudo, aproximaram-se as pessoas. O Governo dos Açores está de parabéns! Todos os micaelenses dos Mosteiros ao Nordeste estão de parabéns! A partir de domingo estaremos mais próximos, mais unidos e mais felizes! E que se fiquem a roer os bichos-verdes da inveja!