Confesso que não estive particularmente atento ao que se passou no congresso do PSD, mas, inevitavelmente, acabei por ouvir algumas intervenções, pois as televisões, nestes momentos altos da vida dos partidos, trazem até às nossas salas tudo o que se passa nessas reuniões magnas, com direito a repetições devidamente acompanhadas pelos comentários dos especialistas na matéria.
Uma dessas intervenções foi a líder do PSD-Açores, porque ela é, no fundo, candidata à chefia do governo dos Açores e como tal é preciso perceber o que diz, o que pensa e o que pretende, muito embora, por vezes, seja difícil encontrar coerência entre o que diz e o que faz ou fez.
Mesmo os apoiantes do PSD-Açores deviam estar à espera de um momento de afirmação da estratégia política, para levar os Açores para frente. Esperava-se a definição clara de políticas a aplicar caso vença as próximas eleições, mas o que se ouviu foi mais do mesmo e nada de novo. Umas ideias aqui e outras ali, algumas redundâncias, mas sem uma linha condutora programática fiável, que fizesse acalmar as suas próprias hostes que já desesperam por posições mais concretas.
Percebemos, nessa intervenção, que a líder do PSD-Açores receia a dureza negocial do primeiro-ministro. Ouvimos a vontade de fazer descer as tarifas aéreas, só não soubemos ,como, nem ouvimos a justificação porque, quando foi Diretora Regional dos Transportes, presidente da SATA ou Secretária Regional das Finanças, as passagens aéreas eram, mesmo assim, mais caras do que agora, apesar do petróleo ser seis vezes mais barato. Definiu-se também como uma grande lutadora nas disputas eleitorais passadas e aí só me veio à memória as autárquicas de 2009, onde os resultados dos Açores, para a líder do PSD, resumiam-se a Ponta Delgada. O resto era com os outros, os derrotados.
Como se vê é muito pouco. Esperava-se, sinceramente, muito mais neste congresso da líder do PSD-Açores. Vamos ter de aguardar por uma próxima oportunidade.