Então a candidata do PSD/A não sabe que o tarifário aéreo nas ligações dos Açores com o Continente até podia baixar hoje (como a própria presidente do PSD/Açores afirmou), desde que o Governo da República, como é seu dever, analisasse de uma vez e comunicasse à Comissão Europeia as propostas apresentadas em Agosto de 2011 pelo Governo dos Açores para revisão das Obrigações de Serviço Público?
Sabe! Claro que sabe. Mas, mais uma vez, outra vez, optou por desresponsabilizar o Governo da República…
Quem tem tentado a todo o custo enganar os açorianos, querendo dar a entender que a revisão das Obrigações de Serviço Público depende da Região, fingindo que não sabe que quem tem obrigação de comunicar às entidades europeias as alterações propostas pelo Governo dos Açores, é o PSD de Berta Cabral. Provavelmente porque não tem qualquer proposta para essa revisão e por isso não lhe interessa que antes das eleições ela entre em vigor!
Uma leitura rápida das intervenções do PSD sobre este assunto revela que a sua posição entre o “não sei” de Passos Coelho e o “seja hoje” de Berta Cabral alterna entre a cópia do trabalho feito pelo Governo dos Açores em conjunto com os restantes governos das Regiões Ultraperiféricas, relativo ao POSEI Transportes, e a irresponsabilidade de onerar o orçamento da Região, tendo como objetivo uma tarifa que nem a própria candidata consegue determinar.
Mal vão quando a única certeza que têm é que não será o Governo da República a pagar uma obrigação que é da exclusiva responsabilidade do Estado.
Mudando de assunto, mas ainda falando de voos. Dizem-me que o pássaro que está no novo cartaz de campanha do PSD/Açores (que promete oportunidade para todas as ilhas) é um “circus macrourus imaturo” que em português significa “tartaranhão – pálido imaturo”. Uma espécie da Europa Oriental.
Não deixa de ser curioso que num outdoor que anuncia oportunidades para todas as ilhas dos Açores, que precede um outro, que tinha a bandeira dos Açores, se utilize um pássaro de outra origem, que não realmente açoriana…
Também não deixa de ser digno de registo que no mesmo outdoor não esteja a ladear a candidata um médico de verdade e tenha sido preciso alguém vestir-se de médico para a fotografia.
Estas circunstâncias do pássaro e do médico não são meros “fait-divers” ou “coisa pouca” como se costuma dizer por aqui na nossa terra. Pelo contrário. São a imagem prática do rigor das coisas. Dizem muito da estratégia de um partido que quer governar esta terra.
Porém, os Açores não são uma metáfora. Os açorianos não são de trocar por nada.
E a defesa da nossa terra e das nossas gentes não se faz transformando tudo isto num circo (imaturo) por mais apetecível que seja o poder ou por mais “photoshop” que se ponha nas asas e nos bicos dos pássaros que são, por natureza, como os açorianos, livres…