O sobrinho neto da D. Benta anda “poderiz” de contente porque já na próxima semana volta para escola. O rapazinho, que é esperto que nem um rato de quinta, ontem na hora da janta, entre pedidos de mochila nova e capas coloridas, saiu-se com essa:
- Com que então a Dr.ª Berta, quando eu estrava no primeiro ano, na Escola do Ramalho, prometeu aos meninos e às meninas que ia fazer obras para que tivéssemos melhores condições para estudar e brincar no recreio. Já vou para o quarto e, afinal nem é ainda este ano que começam as obras. Para o ano já vou para a Canto da Maia e, obras e recreio … nada!
Ao ver os cartazes com os retratos da senhora Mordoma das Festas do Divino que se mostrou incapaz de constituir listas em todas as ilhas dos Açores – deixando à margem o pequenino/grande Corvo, o rapazinho que parece que puxou à tia-avó, diz todas as vezes o mesmo: - Aquela “sinhara é bim mintirosa” promete tudo vezes 9! Nem a minha escola amanhou, tanto mais nove escolas!
Lá a velhinha teve de explicar que há vezes não existe dinheiro para tudo. Se ela gastou rios de dinheiro para trazer do continente, para as festas da Passagem do Ano, a Lili Caneças e outras figuras mariconças do “jetessete” (ou seria do jet9?) para tirarem retratos com ela como se fossem amigas do peito, se gastou não sei quantos milhares de ouros para ela e a sua comitiva ir ao Brasil para tirar um retrato ao lado de um senhor arquiteto que parece já não estar neste mundo que projetou (?) um Centro Cultural há muito foi prometido, o qual já mudou de lugar e ainda não foi construído. Isto para já não falar nas idas à América e ao Canada e às “Oropas” para promoção pessoal.
E é preciso saber que os políticos têm que ser solidários entre si. Com a derrota nas autárquicas houve que arranjar emprego para alguns companheiros, que eram profissionais da política e ficaram sem junta para governar e lá se vão mensalmente mais uns milhares de “ouros”…
Agora que o dinheiro não abunda, é um tal mandar receitas para os outros, sem olhar para das suas portas para dentro.
A D. Benta tem um vizinho que trabalha no governo de Carlos César e outro que trabalha na câmara que Berta Cabral abandonou para concorrer a 8 das 9 ilhas dos Açores. Estava habituada a ver dois carros com motoristas, fardados e tudo, a ir buscar cada um de manha, levá-los trazê-los à hora do almoço e ao fim da tarde deixá-los em casa. Há uns anos atrás reparou que o do governo, que era diretor regional de qualquer coisa, passou a ir e vir do trabalho no seu carrinho que antes estava sempre ferrolhado na garagem para não se estragar com o sol e a chuva e que o senhor vereador continuava com a mordomia do “chaufer” à porta.
Apesar de não ser mexeriqueira e de só se importar com o que passa das suas portas para dentro, não resistiu em dirigir-se ao vizinho diretor e, como quem não quer a coisa, lá se perguntou ao diretor:- O seu chauffeur está doente? O carro do governo está avariado? Já ia colocar a terceira pergunta… e o senhor esclareceu a D. Benta que se tratava de uma medida, entre muitas outras, para diminuir os gastos, pois há que poupar!
A nossa amiga não podia estar mais de acordo. Mas, como continuava a ver todos os dias o motorista da camara a ir buscar sua excelência o senhor vereador, ficou a pensar se os bons exemplos não deveriam ser seguidos. Qual quê? Apesar de apregoar que se devam por fim às chamadas “mordomias”, Berta Cabral nunca teve a coragem de copiar os bons exemplos praticados pelo nosso governo.
Como sabe que não será eleita, pode prometer até que vai reduzir tudo a todos, que dispensará o seu ordenado, que quando sair de S. Miguel dormirá nas sedes do PSD e que levará o lanche de casa numa cestinha de vimes das Furnas para não gastar dinheiro no restaurante…
Como canta Lena D’ Agua “Demagogia feita à maneira é como o queijo na ratoeira!”
P.S. – A D. Benta adorou o vestido azul bandeira da candidata do PSD. Será uma cópia da célebre peça de vestuário amplamente referida pela minha querida amiga Maria Corisca? Se assim o é, terá de pagar direitos de autor