Vivemos tempos de especiais dificuldades. Apesar de alguns tímidos sinais de que o pior da tempestade já passou, no que respeita à Europa, a verdade é que a zona euro entrou em recessão. A Alemanha, motor económico da União Europeia já reviu, em baixa, a previsão do crescimento económico. A atual conjuntura continua, por isso, a revestir-se de enormes desafios e dificuldades. Temos, por isso, de nos concentrar no que é essencial, o emprego, o apoio as empresas, a protecção social e as reformas estruturais que garantam a sustentabilidade de sectores fundamentais para o projecto político em que acreditamos e para a Região que queremos. Neste contexto, a sustentabilidade da nossa Autonomia, nesta segunda década do novo século, é um dos grandes desafios com que estamos confrontados. Implica, por isso, da parte de todos os agentes políticos e parceiros sociais, a necessária responsabilidade na abordagem de reformas em áreas sensíveis, mas estruturantes no nosso modo de vida coletiva. Nesta lógica, o sector da Saúde assume especial relevância. São inegáveis os ganhos que tivemos nos últimos anos, neste sector, ao nível das infra-estruturas e dos serviços prestados às populações. Mas também é inegável que, querendo garantir que nos Açores continuaremos a ter um serviço público de qualidade nesta área, não podemos ignorar que há mudanças que terão que ser realizadas. Todos sabemos que, quando se reforma, não é possível agradar a todos, mas também sabemos que as reformas só são bem feitas e eficazes se contarem com o apoio e a participação de todos, sobretudo os principais intervenientes do sector. O nosso Serviço Regional de Saúde foi uma das grandes conquistas da Autonomia Regional. Falar em sustentabilidade da Autonomia e na garantia de um projecto político modernizador dos Açores, implica também, reformar e dar sustentabilidade financeira a sectores cruciais da sociedade que usufrui dessa Autonomia, mas sempre enquanto instrumento político potenciador de mais desenvolvimento e de mais qualidade de vida.