O Partido Socialista dos Açores apresentou, na passada segunda-feira, a sua lista de candidatos às próximas eleições legislativas, encabeçada por Carlos César. Mais do que uma candidatura que se suporta na competência reconhecida dos seus candidatos, é uma candidatura de esperança num melhor tratamento dos Açores por quem na República detém funções executivas. Não se vislumbra, das restantes candidaturas, um sério compromisso com os interesses dos Açores. Há questões de superior importância cuja defesa, pelos Açores, deve ser assegurada por quem sempre se comprometeu com o seu interesse superior.
O PS apresentou, assim, uma lista que traz esperança de que os Açores possam ser respeitados, após quatro anos de episódios infelizes, cortesia do governo do PSD na República, muitas vezes secundado pelo PSD na Região que ora assentiu, ora assobiou para o lado. Precisamos de deputados que lutem pelos Açores e que não se conformem com a amorfia do pregar mas não-fazer. Precisamos também de um governo na República que afirme e que pratique o princípio da solidariedade previsto na Constituição, que respeite o princípio da gestão partilhada do nosso Mar e que reconheça e tire o melhor partido dos benefícios que a Autonomia traz. E isso, como já se viu, não se faz com um governo do PSD. Foram os governos socialistas que mais respeitaram e mais beneficiaram os Açores. É uma questão de ponderação e de atentar à história dos factos.
Carlos César é um cabeça de lista do qual os Açores se podem orgulhar. Dedicou a maior parte da sua vida à causa pública e, mais ainda, aos Açores. É um exemplo de cidadania e de abnegação. Acompanham-no candidatos credíveis e com provas dadas de competência e de trabalho. A candidatura do PS Açores é uma candidatura de pessoas genuínas e íntegras.
Essa integridade é essencial num candidato a deputado, cargo público esse que implica desinteresse pessoal e total dedicação. Não a atribuo como característica de personalidade a todos os cabeças de lista das restantes candidaturas. Mas era bom que o pudesse fazer. Era sinal de que a democracia funcionaria de forma pura. Mas mais que nunca, é necessário que os Açorianos se dediquem a conhecer a fundo quem se candidata. É que muitas vezes, por baixo de uma capa de inteira dedicação ao bem e causa públicos, está apenas o mero desejo de promoção pessoal e a ânsia de “aparecer”. Há que saber bem separar o trigo do joio. E acreditem, há joio por aí. Anton Chekhov dizia que “só os parvos e os charlatães sabem tudo e não percebem nada”. E tanto o saber como o perceber são apenas adquiridos com experiência e muito trabalho. Não é da noite para o dia.
Entretanto, o último Boletim do Instituto do Emprego e da Formação Profissional indica que o número de desempregados inscritos nos Açores voltou a baixar em Julho, sendo este o número mais baixo dos últimos 34 meses. Tem sido o nosso governo na Região, do Partido Socialista, que tem trabalhado para a solidez e sustentabilidade da redução dos números do desemprego. Não é suficiente ir só aqui ou ali dizer-se que se está muito preocupado com o desemprego. Atuar requer estratégia e saber o que fazer. E os resultados estão à vista, com o compromisso de ainda mais labor no encontrar de soluções para quem ainda está desempregado. É que postas de pescada, qualquer um as manda em discurso de campanha. Fazer é que é difícil. Mas por cá, há quem o consiga.