Opinião

Em nome de uma Autonomia forte

Se é certo que o pior da crise económica que nos assolou já terá passado, a verdade é que o rasto social que a mesma deixou ainda obriga ao melhor dos esforços de cada um para que seja possível sarar todas as feridas abertas por esta conjuntura desfavorável. Foram anos de chumbo, que estagnaram a economia e que retiraram a esperança e rendimento às famílias, fruto, por um lado, de políticas nacionais cegas de austeridade a metro, e, por outro, de uma Europa desarticulada, aflita e desorientada como nunca se viu desde a II Guerra Mundial. Quando a União Europeia dizia mata, o Governo da coligação PSD/CDS defendia que era preciso mesmo esfolar. Perante estes factos, os Açores tiveram, nestes últimos anos, de contar consigo próprios para resistir, para seguirem em frente, para ultrapassarem obstáculos e desafios que, muitas vezes, pareciam intransponíveis perante a sua dimensão. Como nos momentos de maiores dificuldades, unimo-nos uns aos outros. Cerramos fileiras, cuidamos dos que estavam em maior fragilidade e, orgulhosamente, seguimos em frente. Lançamos mão da nossa Autonomia e tornámo-nos mais fortes. Uma Autonomia que foi a nossa linha de segurança, que nos segurou face ao desmoronamento social que se viveu no país. Uma Autonomia que serviu, mais uma vez, o nosso Povo. E criamos uma linha de defesa nestes anos de chumbo composta pelos Açorianos, impulsionada pelo Governo dos Açores e sustentada na Autonomia. Uma tríade autonómica que nada, nem ninguém, conseguiu derrubar, apesar dos esforços de muitos de cá e, sobretudo, de lá. Criamos e reforçamos medidas de apoio social que só existem na nossa terra, desenvolvemos sectores de atividade como o Turismo, construímos a melhor rede de apoio social do país, inovamos nos transportes, garantimos sustentabilidade à Saúde, apostamos na Educação e, acima de tudo, voltamos a acreditar na nossa Região. Tivemos momentos de dúvida, levantámo-nos sempre quando caímos, errámos e soubemos corrigir. Mas não hesitamos. Tornamo-nos mais fortes na adversidade. Mais solidários perante a dificuldade. Mais resistentes face às contrariedades. Reforça-mos, em suma, a nossa relação de confiança e, hoje, sentimos que nada nos pode derrubar. É com essa força que vamos, mais uma vez, ultrapassar os desafios que estão à nossa frente. Seja na criação de emprego ou na sustentabilidade das pescas, seja no rendimento dos produtores de leite ou qualificação dos Açorianos, sabemos que vamos conseguir! Uma Autonomia forte é o nosso alicerce. O PS/Açores é o instrumento que colocamos ao serviço da Região. Por isso, queremos um partido moderno, que saiba ouvir os Açorianos, inconformado consigo próprio, irreverente nas soluções e humanista nos conceitos. Um partido que se preparou, que se renovou, que se moralizou num Congresso Regional com os olhos postos nos Açores, nas nossas ilhas, nos nossos concelhos, nas nossas freguesias. Um partido assim só pode construir uma Autonomia forte!