Opinião

Um Congresso Sobre os Açores

O XVI Congresso Regional do PS-Açores, que decorreu na Lagoa, terminou com um registo que ficará para a posteridade. As intervenções de encerramento do Presidente Vasco Cordeiro e do Secretário-geral do PS, António Costa, foram os dois momentos altos do ponto de vista político e mediático. Costa apresentou-se como um governante que se comprometeu a continuar a desbloquear assuntos que interessam aos Açores e que estão pendentes com o Governo Central há anos. Em três meses já muito foi desbloqueado e resolvido mas António Costa prometeu continuar a ajudar a Região. A novidade mais recente foi a disponibilização de 62 milhões de euros para ajudar os Açores a recuperar os danos provocados pelas tempestades de Dezembro. Vasco Cordeiro realizou um discurso de encerramento de grande significado político. Afirmou-se indiscutivelmente como um líder reformista, com uma profunda consciência social, atento aos desafios de fundo que nos confrontam e com sentido de inovação. Os Açores necessitam de um Presidente com a sua visão, com os seus atributos políticos e com as suas qualidades humanas. Porém, um líder sozinho, por melhor que seja, é apenas uma referência inspiradora e um rosto de confiança. A força do projeto político de Vasco Cordeiro assenta também na força do PS-Açores e da abertura do partido à sociedade. A híper mediatização das lideranças das organizações tende a subvalorizar o contributo imprescindível que as organizações, no seu todo, desempenham. O mais surpreendente do Congresso do PS foi a quantidade de novos militantes, sobretudo jovens e mulheres, que intervieram nos trabalhos. O PS que saiu da Lagoa está mais renovado, mais forte e mais determinado. A maior curiosidade do Congresso foi a quase completa ausência de referências aos partidos da oposição, discutiu-se os problemas dos Açores e as soluções para esses desafios. Mais do que maturidade, o que o Congresso do PS verdadeiramente revelou foi um partido que assume as suas responsabilidades e que se afirma como uma força política transformadora, capaz de protagonizar e liderar as mudanças que os Açores necessitam.