O Dia dos Açores é, por natureza e vocação, o dia em que celebramos a unidade regional, em que exaltamos o muito que nos une, o que reforça a nossa identidade regional, e o dia em que, apesar das diferenças - que numa democracia saudável devem existir – nos concentramos na afirmação do nosso projeto de sociedade.
Este ano, as cerimónias do Dia dos Açores decorreram em Vila Franca do Campo e a intervenção do Presidente do Governo Regional teve o condão de apontar os desafios com que estamos confrontados e, por outro lado, repor a verdade relativamente ao sucesso que esta empreitada autonómica logrou para os Açores, e para os Açorianos, ao longo dos últimos 40 anos. Ao contrário do que, infelizmente, alguns responsáveis políticos da oposição gostam de referir – sem, porventura, perceber que não contribuem nem para a coesão nem para a indispensável união em torno do projeto autonómico – a verdade é que, como disse Vasco Cordeiro, estes últimos 40 anos representam o ciclo de maior desenvolvimento social e económico, verdadeiro promotor de igualdade oportunidades, na já secular história da nossa terra.
É, por isso, lamentável que, em nome de uma estafada ideia de que para fazer oposição é preciso estar sempre do contra, os líderes dos partidos de oposição não tenham conseguido sair do registo habitual da crítica pela crítica, sem cuidar sequer de ter em conta o óbvio: o sucesso destes 40 anos não é de um qualquer partido político. É, sobretudo, responsabilidade das gerações de Açorianas e de Açorianos que, ao longo destas décadas, têm sido os obreiros do nosso percurso comum. Mota Amaral tem toda a razão quando, no seu comentário semanal, afirmou que Vasco Cordeiro esteve bem e que os líderes da oposição estiveram mal. O Dia dos Açores não deve ser usado para alimentar o que nos divide, mas sim no que nos une.
Não se consegue compreender, assim, as atoardas permanentes dos responsáveis pelo PSD e pelo CDS que nem no Dia dos Açores conseguem despir a farda partidária para, em nome das Açorianas e dos Açorianos, unirmo-nos, sem preconceitos ideológicos, ódios ou mesquinhez política, para refletirmos, com serenidade e sentido de responsabilidade, acerca do muito que já alcançámos como Região Autónoma e, como não pode deixar de ser, também acerca do futuro e dos desafios do presente.
A intervenção do Presidente do Governo foi serena, equilibrada e suprapartidária como, aliás, Dia e a efeméride impõem. É pena que o maior partido da oposição ainda não tenha compreendido o que a esmagadora maioria dos Açorianos já compreendeu. O Presidente do Governo dos Açores é, para todos os devidos efeitos, Presidente de todos os Açorianos do mesmo modo que o Governo dos Açores não é apenas o governo de alguns. Quem confunde o plano institucional e o plano partidário não presta um bom serviço à causa da Autonomia, o mesmo é dizer, não presta um bom serviço aos Açores.
Simplex + ao serviço dos cidadãos
Esta semana foi também marcada pelo anúncio do programa Simplex +. Ao todo são mais de duas centenas de medidas que prometem fazer mais em nome da modernização administrativa do Estado, e da sua relação com os cidadãos, do que a apregoado reforma do Estado que o Governo de Passos e Portas elegeu como prioritária e sobre a qual pouco ou nada se viu ou ouviu. O Simplex + é um excelente contributo para acabar com a autêntica corrida de obstáculos que, vezes demais, marca a relação do cidadão com a máquina administrativa.